11 fevereiro 2010

Ao Fim da Rosa


rosa que paira pelo meu sonho
quem foi que sangrou-te à tormenta
quem foi que matou-te em meu sangue
rosa que sonha pelo meu grave?

quem foi que falou-te de amar-te
daquilo que voa e sempre te parte
quem foi que arrancou-te da noite
rosa que doente pelo meu sempre?

quem te atormenta pelas espadas
do vasto martelo firme na morte
quem te vaza do lago que canta
rosa que morre pela minha veia?

quem te disse que tu és passado
rosa que afoga em tudo que chove
em medo que corta tu te consomes
rosa que vai-te em tudo que corre?

quem é que te lança na faca que mata
rosa que vaga em tudo que é podre
rosa que finda em todo meu nada...?
rosa esmagada.


(na imagem, o quadro "A Rosa Meditativa" de Salvador Dalí)

8 comentários:

M. D. Amado disse...

Putz... Eu tenho uma "rosa" dessas que insiste em não ser passado aqui dentro. Pior de tudo é que era como eu a chamava mesmo: "Rosa vermelha".

Muito bom Reiffer!

Ju Fuzetto disse...

Bom dia


A rosa que alegra é a mesma que atormenta...


Adorei, arrasou como sempre!!

abraço amigo

Cristiano Contreiras disse...

Sempre intenso!

Anônimo disse...

Linguagem intensa e dramática, sofisticada e original. Um poema de mestre.

André Vieira

Fátima disse...

Oi, Alessandro, parabéns pelo novo livro, agora de poemas. Sempre leio os teus zines e gosto demais da tua poesia.
Um abraço e que a Graça Divina esteja sempre contigo.

Angela Nadjaberg Ceschim Oiticica disse...

Como ficou lindo esse verso, mestre.

Luna disse...

Profundo e de grande beleza...
Adorei o seu poema.

Cuentos Bajo Pedido ¿Y tu nieve de qué la quieres? disse...

Obrigada!