O compositor alemão Richard Wagner (1813 – 1883) foi o criador de uma das mais intensas e poderosas obras musicais de todos os tempos, encarnou de forma perfeita e transcendente todo o terrível romantismo germânico e tornou-se um dos mais expressivos gênios artísticos da história.
Wagner foi um revolucionário da arte, um homem dotado de elevados ideais que procurou concretizá-los através da expressão da Arte Total. Esta uniria a música, a literatura e o teatro de forma perfeitamente integrada, indissociável e harmônica, criando então o majestoso “Drama Wagneriano”, com o qual Wagner forçou e derrubou as barreiras musicais, transcendendo a música tonal para atingir o delírio fantástico da atonalidade, onde a melodia se dilui em um universo imaterial, na denominada “Melodia Infinita”. Nela, a sensação de que nunca vai acabar hipnotiza nossos ouvidos em uma sublime magia devastadora.
O Drama Wagneriano consiste em um novo tipo de ópera, muito mais potente, violenta, profunda e envolvente que as óperas italianas, as quais antes de Wagner dominavam o mundo operístico. Wagner tornou a ópera uma obra de arte completa, uma vez que, também sendo poeta, o músico alemão escrevia suas próprias letras (o que dificilmente ocorre nas óperas), baseando a grandiosidade de seus textos nas mitologias nórdica e celta e em vastos conhecimentos de literatura, ocultismo e filosofia.
A força avassaladora de sua música, a ensurdecedora potência de suas gigantescas massas orquestrais e de seus coros, a magia e dramaticidade enlouquecedoras de seus cantores jamais foram igualados no mundo musical, raras composições são capazes de despertar tanta força interior no ouvinte. Não foi em vão que Hitler regava seus exércitos com as óperas wagnerianas, para embriagá-los de força e poder antes das batalhas. Um uso equivocado da capacidade da música do gênio. Ainda que Wagner fosse declaradamente anti-semita (algo muito comum no século XIX), sua discordância contra os judeus era unicamente no campo ideológico, discordava de seus interesses materiais e financeiros, jamais pregou a violência contra os mesmos, possuindo amigos judeus, inclusive.
Wagner também foi um grande amigo do filósofo Nietzsche. Este chegou a declarar-se um seguidor de Wagner, um discípulo dele, até que romperam por questões ideológicas. A verdade é que Wagner sempre esteve um degrau à frente de Nietzsche. Enquanto o filósofo, que preconizava a possibilidade do “super-homem”, algo já inerente ao drama wagneriano, morreu na miséria, doente e louco, cedendo ao seu destino “demasiado humano”, Wagner triunfou sobre todos seus obstáculos pessoais e profissionais, impondo sua obra ao mundo, nesse ponto, aproximando-se realmente do “super-homem”.
Entre as principais obras de Wagner está a ópera “Tristan und Isolde”, baseada na lenda céltica. Um hino absurdamente intenso à loucura do amor trágico, uma música sombria, tempestuosa, demente, inflamada, carregada de uma dilacerante magia que rompe as barreiras físicas e espirituais da música, levando-nos a um outro universo de sublimidade e horror.
Mas sua obra mais ambiciosa é a tetralogia de “O Anel do Nibelungos”, baseada na grandiosa e trágica mitologia nórdica. Trata-se da mais colossal obra musical já criada, totalizando mais de 15 horas de duração, dividida em 4 óperas de um força sobrenatural e feérica, um poder insano e devastador, de uma dramaticidade jamais vista. A saga do “Anel” influenciou Tolkien em “O Senhor dos Anéis”, e o trecho da tetralogia wagneriana, “A Cavalgada das Walkirias” serviu de trilha sonora para o filme “Apocalipse Now”. Nada mais adequado, afinal, o Drama Wagneriano, se resumido em uma só palavra, seria certamente: “Apocalíptico!”
Wagner foi um revolucionário da arte, um homem dotado de elevados ideais que procurou concretizá-los através da expressão da Arte Total. Esta uniria a música, a literatura e o teatro de forma perfeitamente integrada, indissociável e harmônica, criando então o majestoso “Drama Wagneriano”, com o qual Wagner forçou e derrubou as barreiras musicais, transcendendo a música tonal para atingir o delírio fantástico da atonalidade, onde a melodia se dilui em um universo imaterial, na denominada “Melodia Infinita”. Nela, a sensação de que nunca vai acabar hipnotiza nossos ouvidos em uma sublime magia devastadora.
O Drama Wagneriano consiste em um novo tipo de ópera, muito mais potente, violenta, profunda e envolvente que as óperas italianas, as quais antes de Wagner dominavam o mundo operístico. Wagner tornou a ópera uma obra de arte completa, uma vez que, também sendo poeta, o músico alemão escrevia suas próprias letras (o que dificilmente ocorre nas óperas), baseando a grandiosidade de seus textos nas mitologias nórdica e celta e em vastos conhecimentos de literatura, ocultismo e filosofia.
A força avassaladora de sua música, a ensurdecedora potência de suas gigantescas massas orquestrais e de seus coros, a magia e dramaticidade enlouquecedoras de seus cantores jamais foram igualados no mundo musical, raras composições são capazes de despertar tanta força interior no ouvinte. Não foi em vão que Hitler regava seus exércitos com as óperas wagnerianas, para embriagá-los de força e poder antes das batalhas. Um uso equivocado da capacidade da música do gênio. Ainda que Wagner fosse declaradamente anti-semita (algo muito comum no século XIX), sua discordância contra os judeus era unicamente no campo ideológico, discordava de seus interesses materiais e financeiros, jamais pregou a violência contra os mesmos, possuindo amigos judeus, inclusive.
Wagner também foi um grande amigo do filósofo Nietzsche. Este chegou a declarar-se um seguidor de Wagner, um discípulo dele, até que romperam por questões ideológicas. A verdade é que Wagner sempre esteve um degrau à frente de Nietzsche. Enquanto o filósofo, que preconizava a possibilidade do “super-homem”, algo já inerente ao drama wagneriano, morreu na miséria, doente e louco, cedendo ao seu destino “demasiado humano”, Wagner triunfou sobre todos seus obstáculos pessoais e profissionais, impondo sua obra ao mundo, nesse ponto, aproximando-se realmente do “super-homem”.
Entre as principais obras de Wagner está a ópera “Tristan und Isolde”, baseada na lenda céltica. Um hino absurdamente intenso à loucura do amor trágico, uma música sombria, tempestuosa, demente, inflamada, carregada de uma dilacerante magia que rompe as barreiras físicas e espirituais da música, levando-nos a um outro universo de sublimidade e horror.
Mas sua obra mais ambiciosa é a tetralogia de “O Anel do Nibelungos”, baseada na grandiosa e trágica mitologia nórdica. Trata-se da mais colossal obra musical já criada, totalizando mais de 15 horas de duração, dividida em 4 óperas de um força sobrenatural e feérica, um poder insano e devastador, de uma dramaticidade jamais vista. A saga do “Anel” influenciou Tolkien em “O Senhor dos Anéis”, e o trecho da tetralogia wagneriana, “A Cavalgada das Walkirias” serviu de trilha sonora para o filme “Apocalipse Now”. Nada mais adequado, afinal, o Drama Wagneriano, se resumido em uma só palavra, seria certamente: “Apocalíptico!”
3 comentários:
A última parte da historia do "Anel dos Nubelungos" - a tetralogia (4 óperas) chama-se "O Crepúsculo dos Deuses", ou seja, a história do fim de todos os deuses. Wagner aqui se revela materialista, e até certo ponto nietzshiano. O cenario é um crepúsculo vermelho que immita o derramamento de sangue no céu dos deuses do Walhala.
Depois desta elogiadissimo épico em que encontra sua apoteose na famosa marcha fúnebre do herói Siegfried, Wagner compoe sua última ópera, que se chama "Parcifal" (a história do santo graal) demonstrando aqui o seu lado religioso/cristão. Desse ponto em diante os dois genios (Wagner e Nietzsche) se separam!
Prezado Sadycarl. Grato pelo comentário. Há várias, e muitas vezes discordantes, interpretações das óperas de Wagner, sejam elas da Tetralogia do Anel ou de Parsifal, ou Tristão e Isolda etc, como sempre ocorre com as grandes obras de arte. Uma delas, referindo-me à Tetralogia, é de que ela seria influenciada por Nietzsche. Outra interpretação, exatamente oposta, é a de que Wagner quis, na verdade, simbolica e veladamente contestar o filósofo, no momento em que os deuses, dentro do contexto da Tetralogia, são indispensáveis na formação do Super-homem. Sou dessa última visão, uma vez que ela se confirma em outras óperas de Wagner, como em Tannhäuser, Lohengrin, e, principalmente, em Parsifal.
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