“Ó hipócrita leitor, meu igual, meu irmão!”
Baudelaire
Já publiquei aqui no blog algumas pinturas antigas, de séculos atrás, onde ocorrem, de forma bastante evidente, alguns objetos voadores não identificados, sendo que vários se aparentam assombrosamente com naves espaciais. Acima, está o quadro "A Madonna e o Menino", de Fellippo Lippi (séc.XV). Tal fato é mais um forte indício de que o aparecimento de OVNIS não é algo exclusivo dos séculos XX e XXI. Para muitos, a existência de seres alienígenas é uma piada, uma alucinação de alguns (é incrível como algumas pessoas explicam como “alucinação” tudo o que não podem explicar, talvez pela comodidade: é “alucinação”, e pronto!), mas para mim é algo lógico, evidente.
Creio que a não aceitação de seres alienígenas é mais um capítulo da “novela” de nosso narcisismo. De fato, a humanidade é quase que cem por cento egoísta. E todos nós somos, em maior ou menor grau, narcisistas. Negá-lo é um absurdo, reflete uma total ausência de auto-observação. Acusar alguém de ser narcisista é, no mínimo, uma contradição e uma hipocrisia. A diferença, é que alguns estão conscientes de seu narcisismo, e lutam contra ele até onde é possível e necessário. Outros não.
No entanto, muitas manifestações mais amplas e gerais desse narcisismo não são percebidas ou comentadas. Adoramos nosso próprio umbigo individual ou coletivamente. Tal afirmação pode ser aplicada a um simples indivíduo que anseia por adorar-se de alguma forma, ou até mesmo a toda a civilização, desde os tempos em que se julgava a Terra como centro do universo. Hoje, sabemos que não somos o centro, contudo agora transferimos essa crença egocêntrica para a idéia de que a humanidade é a única civilização inteligente em um universo onde existe um número infinito de mundos. No fundo, permanecemos com o conceito de que a Terra é o centro do universo, apenas houve uma mudança de foco, do planeta para a sua humanidade.
E cremos que os extraterrestres, se existirem, necessariamente são seres que devem satisfações a nós, que são obrigados a responder aos sinais que enviamos ao espaço, que devem declarar abertamente a nosso povo de víboras altamente confiáveis: “Olá, nós estamos aqui!” Se não respondem, é porque não existem. Estamos seguros que somos os seres mais evoluídos e inteligentes do cosmos, dotados de uma insuperável auto-suficiência intelectual e científica, e jamais passaria por nossas mentalidades pequenas e arrogantes que um ser alienígena pudesse não estar interessado em fazer contato com uma civilização atrasada, decadente, perversa e suicida como a nossa, e que preferisse estudar-nos como se estudam animais: um animal não sabe que está sendo estudado...
Tal pensamento, o de que os extraterrestres para existirem devem entrar em contato conosco normalmente, de que devem satisfações a nós, é o grau máximo de narcisismo.
Baudelaire
Já publiquei aqui no blog algumas pinturas antigas, de séculos atrás, onde ocorrem, de forma bastante evidente, alguns objetos voadores não identificados, sendo que vários se aparentam assombrosamente com naves espaciais. Acima, está o quadro "A Madonna e o Menino", de Fellippo Lippi (séc.XV). Tal fato é mais um forte indício de que o aparecimento de OVNIS não é algo exclusivo dos séculos XX e XXI. Para muitos, a existência de seres alienígenas é uma piada, uma alucinação de alguns (é incrível como algumas pessoas explicam como “alucinação” tudo o que não podem explicar, talvez pela comodidade: é “alucinação”, e pronto!), mas para mim é algo lógico, evidente.
Creio que a não aceitação de seres alienígenas é mais um capítulo da “novela” de nosso narcisismo. De fato, a humanidade é quase que cem por cento egoísta. E todos nós somos, em maior ou menor grau, narcisistas. Negá-lo é um absurdo, reflete uma total ausência de auto-observação. Acusar alguém de ser narcisista é, no mínimo, uma contradição e uma hipocrisia. A diferença, é que alguns estão conscientes de seu narcisismo, e lutam contra ele até onde é possível e necessário. Outros não.
No entanto, muitas manifestações mais amplas e gerais desse narcisismo não são percebidas ou comentadas. Adoramos nosso próprio umbigo individual ou coletivamente. Tal afirmação pode ser aplicada a um simples indivíduo que anseia por adorar-se de alguma forma, ou até mesmo a toda a civilização, desde os tempos em que se julgava a Terra como centro do universo. Hoje, sabemos que não somos o centro, contudo agora transferimos essa crença egocêntrica para a idéia de que a humanidade é a única civilização inteligente em um universo onde existe um número infinito de mundos. No fundo, permanecemos com o conceito de que a Terra é o centro do universo, apenas houve uma mudança de foco, do planeta para a sua humanidade.
E cremos que os extraterrestres, se existirem, necessariamente são seres que devem satisfações a nós, que são obrigados a responder aos sinais que enviamos ao espaço, que devem declarar abertamente a nosso povo de víboras altamente confiáveis: “Olá, nós estamos aqui!” Se não respondem, é porque não existem. Estamos seguros que somos os seres mais evoluídos e inteligentes do cosmos, dotados de uma insuperável auto-suficiência intelectual e científica, e jamais passaria por nossas mentalidades pequenas e arrogantes que um ser alienígena pudesse não estar interessado em fazer contato com uma civilização atrasada, decadente, perversa e suicida como a nossa, e que preferisse estudar-nos como se estudam animais: um animal não sabe que está sendo estudado...
Tal pensamento, o de que os extraterrestres para existirem devem entrar em contato conosco normalmente, de que devem satisfações a nós, é o grau máximo de narcisismo.
4 comentários:
"um animal não sabe que está sendo estudado..."
Disse tudo, belo post!
Desejar que o outro seja como nós é a maior manifestação desse desejo que o homem tem de ser "deus". Entender o outro como alguém diferente liberta, nos faz enxergar a complexidade e a sua beleza.
" e então soou uma voz da Polônia, dizendo que o nosso planeta, almofada de repouso dos pés de Deus e ponto escolhido para a sua peregrinação redendotora, não passava de pequenino satélite dum pequenino sol ...Para o mundo medieval, cuja filosofia repousava na vizinhança entre a Terra e Deus e sobre a constante solicitude da divindade para com o homem, a nova afirmação astronômica equivaleu a uma blasfêmia ateísta, cruel golpe proposto a derribar a escada de Jacó erguida pela fé entre os homens e os anjos."
Isso aconteceu quando da descoberta de Copérnico. Quanto tempo se passou, a tecnologia evoluiu, mas o pensamento medieval ainda é imperioso, pois o homem não pode aceitar o que não pode entender.
Bom, nós não sabemos.
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