23 junho 2008

Sentença

aquele Olho que me olha
nunca deixa de me olhar
um olho negro como um erro
um olho firme como um crime
um olho forte como a morte
como é fundo aquele olhar...
é tão fundo como o nada
é tão sério como o fado
é tão duro quanto a sina...
a que mistérios
me destina?

nunca sorri aquele olho
nunca pisca aquele olho
nunca muda aquele olho
aquele Olho
que me olha
nunca deixa de me olhar
aquele Olho
que me olha
nunca deixa de me olhar
nunca deixa
meu olhar

Um comentário:

Ana disse...

'São os olhos das pessoas que nos destroem.' Eu nunca sei o que comentar sobre tuas poesias, é sério. Elas não precisam de nenhum comentário.

Fui rever meu comentário no teu post passado e vi que faltou uma parte, só pra concluir então, acho que cada tristeza gera uma poesia, ou vice-versa.

Obrigada pelo comentário, fico muito feliz quando algum conto meu te lembra alguém tão bom quanto Augusto dos Anjos. Tua opinião é bem importante pra mim.