27 maio 2009

Nada

nada
a
declarar

só um canto de treva
no canto negro do céu
só um canto
de tormenta em noite
paira
a um canto
de violino preto

aos cantos
de urubu escuro
pairando
aos cantos

sobre
marcha
mancha
de sangue
aos cantos
da morte

nada

de clarar

4 comentários:

FROILAM DE OLIVEIRA disse...

Extraordinário!
"nada

de clarar"
Chamo isso de epifania.

Fátima disse...

Oi, Alessandro, belíssimo poema. A cada dia escreves sempre melhor.
Um abraço e que a Graça Divina esteja sempre contigo.

Agnes Mirra disse...

Mais uma vez você faz o que quer com as palavras, e no final uma obra fascinante está escrita. Parabéns, Amigo!

Giovani Pasini disse...

A cada dia fico mais surpreendido com o amigo Alessandro Reiffer...

Sem palavras,
todas as palavras,
uma efusão de sentimentos,
algo indefinido...

Declaro que sou fã de seus escritos,
um verdadeiro poeta.
Parabéns!

e o mundo, um dia, "há de clarar..."