14 novembro 2014

Manoel de Barros: "Prezo insetos mais que aviões."


O grande Manoel de Barros nos deu a lição de que as verdadeiras lições não estão nos intelectualismos, nas análises racionais, nos conhecimentos livrescos, mas na contemplação e experimentação direta e intuitiva da vida. Ontem morreu um poeta de verdade. Um artista no sentido essencial da palavra. Um grande homem. Estão dizendo que Manoel de Barros, ontem, virou passarinho. Eu diria que ele virou poesia.


Minha homenagem é publicando alguns trechos de alguns dos seus, na minha opinião, melhores poemas:

"Eu queria a palavra limpa de solene.
Limpa de soberba, limpa de melenas.
Eu queria ficar mais porcaria nas palavras.
Eu não queria colher nenhum pendão com elas.
Queria ser apenas relativo de águas.
Queria ser admirado pelos pássaros.
Eu queria sempre a palavra no áspero dela."

"Palavra dentro da qual estou a milhões
de anos é árvore.
Pedra também.
Eu tenho precedências para pedra.
Pássaro também.
Não posso ver nenhuma dessas palavras que
não leve um susto.
Andarilho também.
Não posso ver a palavra andarilho que
eu não tenha vontade de dormir debaixo
de uma árvore."


"Entendo bem o sotaque das águas

Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas."


"Sou leso em tratagens com máquina.

Tenho desapetite para inventar coisas prestáveis.
Em toda a minha vida só engenhei
3 máquinas
Como sejam:
Uma pequena manivela para pegar no sono.
Um fazedor de amanhecer
para usamentos de poetas
E um platinado de mandioca para o
fordeco de meu irmão.
Cheguei de ganhar um prêmio das indústrias
automobilísticas pelo Platinado de Mandioca.
Fui aclamado de idiota pela maioria
das autoridades na entrega do prêmio.
Pelo que fiquei um tanto soberbo."


"A poesia está guardada nas palavras — é tudo que eu sei.

Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios."

"O filósofo Kierkegaard me ensinou que cultura

é o caminho que o homem percorre para se conhecer.
Sócrates fez o seu caminho de cultura e ao fim
falou que só sabia que não sabia de nada.

Não tinha as certezas científicas. Mas que aprendera coisas

di-menor com a natureza. Aprendeu que as folhas
das árvores servem para nos ensinar a cair sem
alardes. Disse que fosse ele caracol vegetado
sobre pedras, ele iria gostar. Iria certamente
aprender o idioma que as rãs falam com as águas
e ia conversar com as rãs."


12 novembro 2014

De(x)ploração

ao erguer-se
a luz empurecida do sol
brilha a claridade etérica
de éter
das espumas dos rios
sangas
arroios
riachos
diachos

castelos
de espumas
em graças em graxas
erigidos no ares
desde os neandertais
e as formas alvas
das névoas
lépidas fétidas
de ovos
de povos
infinitos e intestinais

a serenidade impassível
intragável
das águas plácidas
pútridas
ácidas
básicas
aquelas águas plásticas
recobertas
pela camada espessa
de folhas flores
fetos e fezes

aquelas águas tranquilas
imperturbáveis
onde nem um peixe
causa alguma onda
ou movimenta a barriga
da cadela amarela
imóvel e redonda

aquelas águas-espumas
brancas brilhantes
fluorescentes
como resultado tardo
árduo
do haver...
de ter gentes

09 novembro 2014

A Problemática do Fim

a problemática do Fim
é que os finais
quando o são
não parecem ser finais:
vêm como se não viessem
surgem e desaparecem
(às vezes menos
às vezes mais)
de forma que não se nota
como os sintomas das doenças longas
e fatais

a problemática do Fim
é que os fatos
antes de serem fatos
não passam de vagos sinais
como se fossem  manchas na pele
ou gota de sangue em saliva
e nada de mais

e quando se tornam fatos
parecem ser como dores
que vêm e que passam
febres que não deixam marcas
e é como se não voltassem
jamais

mas a problemática do Fim
é que as febres e as dores
retornam cada vez mais
e do nada se tornam graves
e de suspiros se passa a horrores
e aos poucos a agonias
e mortes e tais...

(Na imagem, o quadro "Pôr-do-Sol" de Caspar David Friedrich.)

07 novembro 2014

Esquecimento, Revolução e Sorriso*

I
o esquecimento
é da humanidade
o maior mal:
a quem esquece
tudo parece que está bem
ou tudo parece igual

II
agora
qualquer revolução
não tem mais sentido:
é fácil fazer-se revolto
quando
(sabendo ou não)
já se está vendido

III
dizer-se que um sorriso
é sempre bem-vindo
seduz...
mas para quem vive na seca
a tempestade é que é a luz

*Poema reelaborado e republicado

04 novembro 2014

"Foram destruídas 42 bilhões de árvores em 40 anos na Amazônia... A mudança climática já chegou." Para pior.

Algumas pessoas, ainda hoje, quando conhecem meu blog, perguntam-me: mas por que o nome "O Fim"? Apesar dos motivos serem vários, dou alguma resposta simples e convido-os o lerem minhas postagens. Bem, hoje posto aqui um dos motivos que justificam o nome que escolhi para o blog. O texto a seguir retiro do blog de Leonardo Boff (aqui). Trata-se da entrevista com Antonio Donato Nobre, especialista do INPE na relação da Amazônia com o clima. O estudioso publicou o artigo "O futuro climático da Amazônia". Futuro que parece ser bastante sombrio. A entrevista é longa, mas para quem tem um mínimo de consciência e de preocupação com nosso futuro, vale a pena lê-la na íntegra. Confiram alguns trechos da entrevista publicada no blog de Leonardo Boff:

Quanto já desmatamos da Amazônia brasileira?

Só de corte raso, nos últimos 40 anos, foram três Estados de São Paulo, duas Alemanhas ou dois Japões. São 184 milhões de campos de futebol, quase um campo por brasileiro. A velocidade do desmatamento na Amazônia, em 40 anos, é de um trator com uma lâmina de três metros se deslocando a 726 km/hora – uma espécie de trator do fim do mundo. A área que foi destruída corresponde a uma estrada de 2 km de largura, da Terra até a Lua. E não estou falando de degradação florestal.

Essa é a “guilhotina de árvores” que o senhor menciona?

Foram destruídas 42 bilhões de árvores em 40 anos, cerca de 3 milhões de árvores por dia, 2.000 árvores por minuto. É o clima que sente cada árvore que é retirada da Amazônia. O desmatamento sem limite encontrou no clima um juiz que conta árvores, não esquece e não perdoa.

O sr. pode explicar?
Os cientistas que estudam a Amazônia estão preocupados com a percepção de que a floresta é potente e realmente condiciona o clima. É uma usina de serviços ambientais. Ela está sendo desmatada e o clima vai mudar.
A mudança climática…
A mudança climática já chegou. Não é mais previsão de modelo, é observação de noticiário. Os céticos do clima conseguiram uma vitória acachapante, fizeram com que governos não acreditassem mais no aquecimento global. As emissões aumentaram muito e o sistema climático planetário está entrando em falência como previsto, só que mais rápido.
Qual é a situação?
A situação é de realidade, não mais de previsões. No arco do desmatamento, por exemplo, o clima já mudou. Lá está aumentando a duração da estação seca e diminuindo a duração e volume de chuva. Agricultores do Mato Grosso tiveram que adiar o plantio da soja porque a chuva não chegou. Ano após ano, na região leste e sul da Amazônia, isso está ocorrendo. A seca de 2005 foi a mais forte em cem anos. Cinco anos depois teve a de 2010, mais forte que a de 2005. O efeito externo sobre a Amazônia já é realidade. O sistema está ficando em desarranjo.
Qual o impacto do desmatamento então?
O desmatamento leva ao clima inóspito, arrebenta com o sistema de condicionamento climático da floresta. É o mesmo que ter uma bomba que manda água para um prédio, mas eu a destruo, aí não tem mais água na minha torneira. É o que estamos fazendo. Ao desmatar, destruímos os mecanismos que produzem esses benefícios e ficamos expostos à violência geofísica. O clima inóspito é uma realidade, não é mais previsão. Tinha que ter parado com o desmatamento há dez anos. E parar agora não resolve mais.
Como não resolve mais?
Parar de desmatar é fundamental, mas não resolve mais. Temos que conter os danos ao máximo. Parar de desmatar é para ontem. A única reação adequada neste momento é fazer um esforço de guerra. A evidência científica diz que a única chance de recuperarmos o estrago que fizemos é zerar o desmatamento. Mas isso será insuficiente, temos que replantar florestas, refazer ecossistemas. É a nossa grande oportunidade.
E se não fizermos isso?
Veja pela janela o céu que tem em São Paulo – é de deserto. A destruição da Mata Atlântica nos deu a ilusão de que estava tudo bem, e o mesmo com a destruição da Amazônia. Mas isso é até o dia em que se rompe a capacidade de compensação, e é esse nível que estamos atingindo hoje em relação aos serviços ambientais. É muito sério, muito grave. Estamos indo direto para o matadouro.
O que o sr. está dizendo?
Agora temos que nos confrontar com o desmatamento acumulado. Não adianta mais dizer “vamos reduzir a taxa de desmatamento anual.” Temos que fazer frente ao passivo, é ele que determina o clima.
Tem quem diga que parte desses campos de futebol viraram campos de soja.
O clima não dá a mínima para a soja, para o clima importa a árvore. Soja tem raiz de pouca profundidade, não tem dossel, tem raiz curta, não é capaz de bombear água. Os sistemas agrícolas são extremamente dependentes da floresta. Se não chegar chuva ali, a plantação morre.
O que significa tudo isso? Que vai chover cada vez menos?
Significa que todos aqueles serviços ambientais estão sendo dilapidados. É a mesma coisa que arrebentar turbinas na usina de Itaipu – aí não tem mais eletricidade. É de clima que estamos falando, da umidade que vem da Amazônia. É essa a dimensão dos serviços que estamos perdendo. Estamos perdendo um serviço que era gratuito que trazia conforto, que fornecia água doce e estabilidade climática. Um estudo feito na Geórgia por uma associação do agronegócio com ONGs ambientalistas mediu os serviços de florestas privadas para áreas urbanas. Encontraram um valor de US$ 37 bilhões. É disso que estamos falando, de uma usina de serviços.
O esforço de guerra é para acabar com o desmatamento?
Tinha que ter acabado ontem, tem que acabar hoje e temos que começar a replantar florestas. Esse é o esforço de guerra. Temos nas florestas nosso maior aliado. São uma tecnologia natural que está ao nosso alcance. Não proponho tirar as plantações de soja ou a criação de gado para plantar floresta, mas fazer o uso inteligente da paisagem, recompor as Áreas de Proteção Permanente (APPs) e replantar florestas em grande escala. Não só na Amazônia. Aqui em São Paulo, se tivesse floresta, o que eu chamo de paquiderme atmosférico…
Como é?
É a massa de ar quente que “sentou” no Sudeste e não deixa entrar nem a frente fria pelo Sul nem os rios voadores da Amazônia.
O que o governo do Estado deveria fazer?
Programas massivos de replantio de reflorestas. Já. São Paulo tem que erradicar totalmente a tolerância com relação a desmatamento. Segunda coisa: ter um esforço de guerra no replantio de florestas. Não é replantar eucalipto. Monocultura de eucalipto não tem este papel em relação a ciclo hidrológico, tem que replantar floresta e acabar com o fogo. Poderia começar reconstruindo ecossistemas em áreas degradadas para não competir com a agricultura.

03 novembro 2014

Marionetes*


Sol... te economiza
não te sejas...
para que fazer que acordem
os que não ouvem acordes?

mulambentas
múmias humanas
marionetes mancas
mecânicas
aquelas
no que resta
do que são elas
entre poeiras
esteiras
e cadelas

em seus vazios
plenos de pena
os sorrisos do sucesso
de suas vidas falhadas
enfeites
entre as duas orelhas
intervalos vãos das cabeças
descabidas
e retardadas

Sol, para que iluminas?
que luz entrará
pelos porões de ratos
( inúteis fúteis trabalhos)
dos corações humanos?
o coração...
esta carne gordurosa
entre vazados pulmões

Sol, não acorda essa gente
esquece esses olhares
(restos hospitalares)
de almas que se lepraram
e quebraram todos os dentes

Sol, para que clarear
o poço da nossa decepção
deixa-nos e vai além...
para que nascer para todos
se o todos
é pouco mais que ninguém?

*Poema reelaborado e republicado.

01 novembro 2014

O Politicusco

descobri
uma nova subespécie de humano
ou sub-humano:
o politicusco
nome científico: homo caniens puxassachus
também carinhosamente chamado
de politicusquinho

trata-se de uma variação
involutiva
do ser humano
que na adaptação à sobrevivência
preferiu a subserviência:
nunca enfrentam cara a cara
e aceitam ser os pau-mandados
da matilha

os politicuscos
adotaram determinados comportamentos
do canis familiaris
ou seja
do cachorro
cusco
jaguara
cadela
que consistem
em baixar a cabeça
aos que lhe mostram moedinhas
andar com o rabo entre as pernas
balançar o rabinho
por exemplo
diante de deputados estaduais
e deitar de perninhas pra cima
diante de deputados federais
e quando seus donos chamam
correm atrás
como poodles de madame

os politicuscos
só mordem
os cuscos já pesteados
rengos capengas
mas quando o cusco é dos grandes
o politicusco se deixa com prazer
ser cocheado


31 outubro 2014

Desmatamento, Seca e o Fim da Água

Já escrevi aqui sobre a relação direta entre desmatamento e seca. Agora, um estudo do cientista Antônio Nobre (mesmo nome do grande poeta português) do INPE indica que o desmatamento na Amazônia é responsável não só por secas na região, mas em todo o país. Claro que não só isso, muitos fatores entrariam nas causas da estiagem, como a falta de conscientização da população e a incompetência dos governos (como no caso da seca em São Paulo). Mas é ostensível que o desmatamento de florestas tropicais causa acentuada redução das chuvas, entre outras alterações climáticas graves.

"O pesquisador Antônio Nobre, do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST), braço do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) analisou mais de 200 artigos científicos sobre a Amazônia e sua relação com o clima e as chuvas no Brasil, e concluiu que o desmatamento dessa região influencia a falta de água sentida nas regiões mais populosas do país, incluindo o Sudeste.


A diminuição da quantidade de árvores no bioma impede o fluxo de umidade entre o Norte e o Sul do país, aponta o estudo divulgado nesta quinta-feira (30).

O relatório “O Futuro Climático da Amazônia”, encomendado pela Articulação Regional Amazônia, rede composta por várias associações sul-americanas, tenta explicar as possíveis causas e efeitos da bagunça climática recente e apresenta soluções que minimizariam os impactos negativos dessas alterações.


De acordo com o pesquisador, a falta de precipitação, sentida principalmente no Sudeste, em especial no estado de São Paulo, seria consequência indireta do desflorestamento amazônico. Desde o início da década de 1970 até 2013, a exploração madeireira e o desmatamento gradual retiraram do bioma 762.979 km² de floresta, área equivalente a duas Alemanhas. Os dados referem-se ao desmate total (chamado de corte raso)."
  Fonte: clique aquiEm 2009, escrevi o poema abaixo. Agora, reelaborado, republico:

Águas do Fim

águas em marcha
fúnebre
águas de março
raso
em ocaso
águas alvas
brancas
águas claras
de espuma: de ter gente
águas belas...
águas plásticas
águas sólidas
chuvas ácidas
gotas trágicas
terras áridas

a humanidade
e a água:
esvaziada
perdida
acabada
e o que tu fazes?
fezes,
sem mágica...
e que água que resta?
a Lágrima.

28 outubro 2014

Há Algo a ser Temido

as pessoas
não sabem o que temem
mas sentem que temem algo
e que há algo a ser temido...

e quando sabem
ou quando dizem que não temem
é porque não sabem
que não sabem
ou não sabem o porquê
de temer o que é temido
em secreto de si
em segredo dos outros

tememos aquilo
que julgamos acima de nós
aquilo com que não podemos
aquilo de que não sabemos

em todo olhar que olho
há um temor oculto
uma sombra não-vista
um vago receio...

e isso que a Tempestade
ainda nem veio

26 outubro 2014

do Ato de Ser Odiado

ser odiado
e durante o almoço
pôr o garfo na ferida
é o ato mais difícil
desta vida

ser odiado
como quem ousa
sair do trilho
e pôr em frente
a todos
(inclusive a si)
a verdade de um espelho
e mostrar que não há dentes
para a crueza do milho

ser odiado
dizer a quem ama
que em geral este amor
vai pouco além
de prazer na cama
e lembrar que ele morre
assim como anoitece o dia
adoece o corpo
envelhece a pele
e a alegria

lembrar-lhes que a realidade
asfixia qualquer utopia

ser odiado
lembrar-lhes que os finais vêm
e um outro algo
ainda mais além
e que tudo passa e se degenera
sejam gregos sejam romanos
lembrar-lhes que cavalga a morte
no temporal dos anos
e que a bela
se torna velha

ser odiado
mostrar ao menos um sinal
que quem pensa
o melhor de si ou de todos
não sabe
do próprio mal

dar a César o que é de César
e a Bruto o que é de Bruto:
seja odiado
seja justo

24 outubro 2014

Quer Propostas? Vai na Tumelero.


Impressiona, e assusta, o fato de o candidato Sartori não ter absolutamente nenhuma proposta nova e concreta, e qualquer um percebe.  É um oceano de vazio, de fuga e de enrolação. Tudo ele vai analisar depois que ser governador. Vai ficar 4 anos analisando? 

O problema é que muitos eleitores estão tão cegos pelo desejo de mudança mecânico (às vezes somente pela "onda", pelo condicionamento de que só se muda votando em outro, sem nem ao menos saber o que exatamente mudará com a entrada de Sartori, ou se essa mudança será para melhor) que irão votar no candidato de propaganda mais "bonitinha", no "bom-moço", naquele cara "simpático", que não "briga", não discute, não DEBATE. Ou seja, estão votando numa jogada de marketing, não em novas propostas. E nem é em um partido novo que estão votando, é no velho PMDB de sempre, o partido melancia, sem personalidade, sem ideologias, que em Brasília apoia Dilma e aqui apoia Aécio. Estão votando no velho PMDB, que já foi governo várias vezes no RS e não melhorou o estado em nada, que sucateou a educação, que oprimiu os servidores, que endividou o estado e relegou as questões sociais a segundo plano.

Já ouvi eleitores comentarem: "melhor não ter propostas do que ter e não cumprir", querendo dizer que o Tarso prometeu e não cumpriu na última eleição. Como assim? Melhor não ter propostas? Que tipo de eleitor é esse? Vai cobrar o quê depois que seu candidato se eleger? E é óbvio que nenhum candidato cumpre todas as suas promessas. NENHUM. O Tarso cumpriu muitas e outras não, ficou devendo. Agora, ele tendo propostas, pode-se cobrá-lo. Não tendo, de que argumentos nos valeremos depois das eleições? Ah, Sartori, votei em ti devido àquela proposta... Peraí, qual???

Mas seja como for, parece que o tombo do Sartori no debate de ontem foi mais feio que "tombo de porco em PISO molhado.