I - as pessoas
querem ser queridas
ser gostadas
agradáveis
já a mim não importa
a verdade
raramente agrada
bem poucos
são os que a gostam
mais raros
os que a querem
II - as pessoas se importam
com que elas importem
como se houvesse importância
em ser-se importante
ser importante
implica em quem
dá a importância
vermes
dão importância a vermes
não a águias
aliás as águias
os vermes nem as veem
22 julho 2015
20 julho 2015
Despromessa
que minha poesia
se funda
ou vazia
não tenha nenhum compromisso
nem com compra
nem com trocos
nem com missa
que minha poesia
se foda
ou vadia
seja qualquer vão de hospício
faz de conta
sem um conto
só preguiça
que minha poesia
não seja
nem cela
que só siga regras
nem sela
que alguém encilhe
a minha poesia
que só seja ela
e que eu possa sê-la18 julho 2015
O que é Literatura?
Literatura
é saber a arte forte
e o homem fraco
e ser desde beijo
dado em ambos
os lábios
ou o bater em político
com a ponta
de aço
de um taco
pode ser tiro
troco
traço
de bala
buraco
ou um brinde
e um acinte
junto
a Baco
um dia abraço
um laço
um frasco
longínquo
no espaço
outra vez tristeza
desprezo
cansaço
sem nenhuma
(anos) luz acesa
pela vida aos cacos
pode ser sublime
ou crime
volvido em névoa
tabaco
ou ser tragédia
ou tédio
trago
lago
dedicado ao vago
pode ser um bolso
vazio
em ruínas
de um casaco
ou droga
coca
sexo
mesmo
só tendo a noite
mesmo
nem tendo nexo
pode ser chute
na bunda
de algum ricaço
palhaço
velhaco
pode ser sangue
sopro
vento
atormentado
pode ser música
cósmico
ou túmulo
ou tóxico
pode ser alto
ou muito baixo
desde sorriso
até risada
de algum macaco
em Fim
Literatura
pode ser tudo
só não pode
puxar o saco
16 julho 2015
Sartori penaliza Funcionalismo Público, mas nada faz contra Sonegação Fiscal
O governo de Sartori já completou meio ano de absolutamente nada, ou melhor, antes fosse só de nada. Além de não ter efetivado uma única medida que favoreça a população gaúcha, vem sistematicamente penalizando o funcionalismo e os serviços públicos de uma forma que beira o absurdo e a desumanidade (se é que já não os atingiu). Por fim, como sempre, quem paga a conta é a sociedade, que verá o sucateamento progressivo de serviços fundamentais, como Educação, Saúde e Segurança.
Esta semana, a Assembleia Legislativa aprovou por 31 votos contra 19 o congelamento dos salários dos servidores estaduais, proposto por Sartori. No entanto, nosso governador, antes disso, não titubeou em aprovar o aumento de seu próprio salário, de seu vice, secretários, deputados e de arranjar um cargo de alto escalão para sua esposa. E, o que é ainda pior, enquanto promove o arrocho salarial do funcionalismo, não estabelece uma só medida efetiva contra a Sonegação Fiscal. Alguém sabe qual é o tamanho do prejuízo para os cofres do estado ocasionado pela sonegação? São números milionários, todos os meses. Mas quem paga a conta são os servidores estaduais e a sociedade. Por quê?
Como escreveu Antônio Escosteguy Castro no jornal digital Sul 21:
"Nem de longe o Estado do Rio Grande do Sul perdeu sua capacidade de intervir , positiva e fortemente , no processo de desenvolvimento econômico. O que de fato houve foi uma opção política e ideológica do Governo, agora formalmente enunciada naquela entrevista, em afastar-se deste cenário e concedê-lo à iniciativa privada, abrindo mão de sua capacidade de intervenção própria.
Se é real que o Estado se encontra em crise, também o é que ainda há espaço fiscal para buscar recursos, graças à lei aprovada no final do ano passado. E há, igualmente, os recursos que podem ser buscados no reexame das isenções fiscais, reduzindo ou eliminando aquelas que não atingiram suas metas.
Acontece que Sartori não tem condições objetivas de fazer um reexame a fundo das isenções fiscais, porque é politicamente dependente dos grupos econômicos que se beneficiam destes 13 bilhões que o estado abre mão anualmente. Ele simplesmente não tem força política para fazê-lo."
Não só Sartori, mas todos os 31 deputados que aprovaram o congelamento de salários dos servidores são filhotes das grandes empresas, das grandes corporações privadas que financiam suas campanhas e depois exigem "resultados" de seus "marionetes". Porque é o que são tanto o governo Sartori quanto sua bancada de sustentação: marionetes de corporações privadas, que desejam o enfraquecimento do estado e de seus serviços para poderem assumir o seu controle através das privatizações (as quais já foram prometidas por Sartori) e da famosa "Terceirização".
E então tais corporações implantam seus métodos de trabalho e de "progresso", que se resumem ao lucro a qualquer custo em cima da exploração do trabalhador e do descumprimento e revogação dos seus direitos. É por isso que Sartori, alegando sua fatídica "crise", instaura uma guerra contra os servidores públicos, mas não ataca a sonegação das empresas.
Ao final de seu mandato, os dois terços de gaúchos que elegeram Sartori, iludidos por seu papo-furado de "amigo da galera", amargarão um arrependimento sem precedentes ao observar um estado sucateado e entregue à barbárie da sede de lucros da iniciativa privada.
14 julho 2015
Como Ganhar Dinheiro com a Palavra
I – há três maneiras
de se ganhar dinheiro
com a palavra escrita:
- conte sobre fofocas
- conte sobre acidentes e tragédias
- escreva autoajuda
(que é tudo a mesma coisa:
está se querendo dizer
que a sua vida não é tão fodida
quanto você pensa)
II – há três maneiras
de se ganhar dinheiro
com a palavra falada:
- seja um homem público
- seja um homem público
- seja um pastor
- dê palestras motivacionais
(que é tudo a mesma coisa:
em qualquer dos casos
se está mentindo)
III – mas só há uma forma
de se ganhar dinheiro
escrevendo poesia:
- escreva algumas dezenas
de bons poemas
reúna-os num livro
publique-o
venda um exemplar:
com os 10 pilas
jogue na loteria
e reze para acertar
(que é tudo a mesma coisa:
poesia ou loteria
é tempo perdido)
12 julho 2015
rico só dá pra rico
dinheiro chama dinheiro:
que quem o tem quanto mais
no quanto mais quer retê-lo
(e esse é seu único anelo)
e te percebas que os ricos
sempre se unem a outros ricos
que se protegem em mútuos
pois o que importa é seus lucros
então conclui-se que os ricos
por em tudo estarem juntos
(sendo a menor minoria)
mantêm seu poder em dia
mas o pobre que é mais número?
foi convencido que é nada
que não pode apoiar pobre...
é a regra: pobre se fode
10 julho 2015
dos Tipos de Homens
I – há os homens de sucesso
e há os grandes homens
II – há os homens felizes
e há os profundos
III – há os homens corretos
e há os verdadeiros
IV – há os homens que sabem das coisas
e há os que sabem
V – há os homens que vivem com metas
e há os que vivem com alma
08 julho 2015
Desaforadas (ou Após Ouvir Shostakovich)
há risos gargalhadas
em cascatas cataratas
assanguinadas
cantatas de gargalhas
das risadas alastradas
em zombarias pelas águas
compassos de risadas
de asa garra e brasa
nas rubras russas geadas
o deboche dos abutres
o gaguejo de macacos
gorgolejo de galinhas
aquela língua de lagartos
o sarcástico dos asnos
macabras cabras gárgulas
ironias desbocadas
metralhas e sarcasmos
grotescos e catarras
há danças valsas facas
essa desgraça engraçada
a lembrar que a humanidade
é uma piada
(Na imagem, detalhe de "Cristo Carregando a Cruz" de Hieronymus Bosch)
06 julho 2015
Valores*
alguns
cobram-me que eu saiba
que o homem é essencialmente
nobre
mas pobre
e coberto o coração de moedas
o homem
só ouve um sino
de cobre limo
de toque mudo
de torto dobre
outros
cobram-me que eu saiba
que o homem é infelizmente
cobra
antes fosse
e talvez tivesse
sabedoria de sobra
mas podre
e coberto o coração de moedas
o homem não vale mais
que cobre
04 julho 2015
"NOJENTO! FÉTIDO! ISTO NÃO É POESIA!"
É, ele de novo, Bukowski. Que posso fazer se o cara nos afronta com uma verdade atrás da outra? E as diz de maneira ofensivamente simples, direta, como um soco. Aqui, ele fala de poesia e da aceitação (ou não) da sua obra. Mais uma vez, chutes na bunda dos que acham que poesia é escrever sorrindo... Os trechos foram retirados do livro "Pedaços de um Caderno Manchado de Vinho".
"Não cabíamos, é claro, na forma agradável e entorpecida de suas mortes. E então começou a gritaria dos mortos:
"NOJENTO! FÉTIDO! ISTO NÃO É POESIA!"
Para muitos, a poesia deveria dizer apenas coisas seguras, ou mesmo nada, pois a poesia é um mundo seguro e um caminho seguro para essas pessoas. A delicadeza de sua poesia reside em falar apenas sobre aquilo que não importa."
(...)
"Perguntei à minha mulher:
- O que sua mão achou do meu livro?
- Ela disse "Por que ele tem que usar esse tipo de linguagem"?
Era bem provável que ela se referisse aos diálogos, mas tenho certeza que ela também estava incomodada pelas frases entre elas: duras, quebradas, agitadas, estígias.
Eu tinha trabalhado com fé inabalável em cavernas abafadas para deixá-las assim. Sentia-me legitimado por haver desagradado pessoas como a minha sogra. Se ela tivesse aceitado meu trabalho, isso seria temeroso para mim, um sinal de que eu tinha me tornado palatável, ao modo dos profissionais.
Eu passara por um longo e fodido processo de aprendizagem.
Eu queria resistir a todas as armadilhas para morrer junto à máquina de escrever, uma garrafa de vinho à minha esquerda, e o rádio tocando, quem sabe, Mozart, à direita."
02 julho 2015
a vida esmaga a Vida
pé por pé
no dia a dia
e passo a passo
de pouco em pouco
a vida esmaga a Vida
que não é vivida
só consumida
de sol a sol
de hora em hora
o que de alma
há-de ir embora
e de grão em grão
o homem chora
a encher o papo
a encher o bolso
a encher o saco
a encher o vácuo
do seu olho por olho
que o tempo traga
o homem
de queda em queda
dente por dente
vai decadente
entre lusco-fuscos
não mais que cuscos
em um a um
e quando se vê
nem se foi...
nem se foi...
é fogo-fátuo
menos que fósforo
que avança ao dedo
deixando só...
da cinza à cinza
do pó ao pó
30 junho 2015
A Ti, Tigre*
na teoria do caos
(e o caos é nosso
destino)
sopros de asas
borbo-letais
podem causar furacões:
teu hálito vibrará
que sino?
teu olho espalhará
que raio?
qual guerra virá da
tua garra?
qual trovão será teu
rugido?
não sou digno
(a não ser se Blake)
de dizer de Ti,
mas talvez haja em mim
a dignidade fatal
de suspirar o teu Fim
não há esperança
mas há vingança
há triunfo
na morte que te
livra:
verá um dia a
humanidade
que do massacre do
teu dente
vingar-te hás
em uma gota de
saliva
* Poema reelaborado e republicado.
28 junho 2015
Cacem o Resto
Peguem meus versos e matem a pauladas
sujem em fluídos de todas as mortes,
deixem aos pedaços pingando dos cortes,
e enterrem as artes, não servem pra nada.
Joguem no lixo da Terra acabada,
cacem minha alma em covardes esportes,
juntem com a noite da velha má-sorte,
chutem os poetas das altas escadas.
Aplausos à arte são risos mentidos,
e todo artista que se acha mui útil
já vê seu vasto nas ruas cuspido.
Homens só louvam imbecis, o que é fútil,
o verme e a merda. Tudo ânsia perdido:
teu ato morto de um sonho que é infértil.
26 junho 2015
O Mundo Mudou?
“o mundo mudou”
babam os deslumbrados
despercebidos
despercebidos
mas não
o mundo imundou
na sua velhice
acrescentou-se
o decréscimo
o decrépito
os sinais asnais decadênticos
idênticos
às imundícies
o mundo inundou
-se
de tanto quanto nada
o mundo afundou
nos buracos asfálticos
das quânticas faltas
da sua (des)estrada
em desastre
o mundo
tem o mesmo endereço:
o dinheiro é a entrada
e o Fim
é só o começo
24 junho 2015
Eu Não Faço a Minha Parte
as pessoas dizem:
“faça a sua parte”
que parte?
fazer a parte para o quê?
o que é fazer a sua parte?
quem é que faz a sua parte?
não
eu não fiz a minha parte
eu não faço a minha parte
eu não sei que parte
querem que eu faça
quem determinou
a parte que deve ser feita?
fazer a minha parte
para melhorar o mundo?
quem disse que o mundo
pode ser melhorado
se para cada um
o melhor para o mundo
é uma coisa diferente?
eu não faço minha parte
porque não posso fazê-la
porque só na fato de viver
eu já desfaço minha parte
no ato de comer
eu desfaço minha parte
em respirar
eu desfaço minha parte
ao invés de fazer a sua
infazível parte
as pessoas deviam aceitar
que para reiniciar
antes
é preciso a morte
22 junho 2015
A Sexta Extinção em Massa do Planeta
Bem, são coisas do tipo que venho dizendo aqui no blog desde a sua criação em 2006. Agora, temos um estudo científico. Como já escrevi dizer, a ciência tem a brilhante capacidade de dizer o óbvio. Qualquer pessoa que não seja um tolo completo percebe que caminhamos para o fim desta civilização a passos rápidos e decididos. Mesmo assim, existem "otimistas" ingênuos, ou preguiçosos mesmo, que se recusam a aceitar. Talvez, porque não querem admitir suas culpas,suas responsabilidades.
A notícia abaixo foi publicada no jornal Correio do Povo em 19/06 e pode ser conferida na íntegra aqui.
Um estudo das universidades de Stanford, Princeton e Califórnia, publicado nesta sexta-feira, afirmou que o mundo está começando a sofrer a sexta extinção em massa de sua história. Atualmente, os animais desaparecem numa taxa 100 vezes maior do que costumavam, alertaram os cientistas. E os seres humanos podem estar entre eles.
Desde o fim da era dos dinossauros, há 66 milhões de anos, o planeta não perdia espécies a uma taxa tão elevada como agora, de acordo com o trabalho. O estudo "mostra sem sombra de dúvidas que estamos entrando na sexta maior extinção em massa", disse o co-autor Paul Ehrlich, professor de biologia na Universidade de Stanford.
E a espécie humana é, provavelmente, uma das espécies perdidas, informou o estudo - chamado por seus autores de "conservador" - divulgado na revista Science Advances. "Se permitirmos que isso continue, a vida vai levar milhões de anos para se recuperar e nossa própria espécie provavelmente se tornará extinta em breve", alertou o coordenador do projeto, Gerardo Ceballos, da Universidade Autônoma do México.
Se a taxa passada - ou ritmo natural - era de duas extinções de mamíferos para cada 10 mil espécies com mais de 100 anos, então a "taxa média de desaparecimento de espécies de vertebrados no século passado é 114 vezes maior do que teria sido se não tivesse havido a atividade humana", argumentaram os pesquisadores. "Nós insistimos que nossos cálculos provavelmente subestimam a gravidade da crise de extinção, pois nosso objetivo era colocar um limite realista, mas limitar o impacto humano sobre sobre biodiversidade".
As causas da extinção atual de espécies são, entre outras, alterações climáticas, poluição e desmatamento. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), cerca de 41% de todos os anfíbios e 26% das espécies de mamíferos estão ameaçadas de extinção. "Há exemplares de espécies ao redor do mundo que são basicamente mortos vivos", explicou Ehrlich.
20 junho 2015
Sangue de Porco
a humanidade
está acabada.
(é, eu sei, alguns
(é, eu sei, alguns
irão protestar,
o que não muda nada)
que estas levas
de palavras em lavas
larvas de palavras não-livres
livros não lavrados mal-lidos
me deixam mais leve
estas palavras
largarei letra a letra
pra que escorram bem lentas
pingos de vela
granos de areia
farinha de aveia
e uma ovelha carneada
e a humanidade acabada
que sangra como porco
o que já me importa
nem um pouco
então
as minhas levas
de palavras em lavas
me deixem mais leve:
que o diabo as carregue
e O Fim as leve18 junho 2015
Cuidado com a Vírgula
É, é o que sempre digo para meus alunos. As pessoas esqueceram completamente, na hora de escrever, da vírgula. Acham que ela não serve para nada, que é só um enfeitezinho. Então, escrevem tudo corrido, sem pausas, de um fôlego só. Mas não percebem que assim estão escrevendo absurdos ridículos como os que seguem. Deem uma olhadinha nestas imagens (retiradas daqui):
16 junho 2015
Um Exemplo de Homem*
gato quieto
sentado no meio do pátio
como se fosse no meio do cosmos
tu
que sentes tudo
sem perderes o gelo
eu sei que tu sabes
sem me dizer palavra:
olha por mim
como se eu te orasse
ora por mim
como se eu te houvesse
gato
tu és todo sentido
e indiferença
vês o sentido do todo
e o todo sem-sentido
da humanidade em sentença
no teu passo felino
há à presa perigo
porque nele há silêncio
e a quem te agride de pedra
tu respondes mistério
gato meu amigo
exemplo de homem
a ser seguido
*Poema reelaborado e republicado
14 junho 2015
O trabalho, para a maioria, é uma dádiva. Impede de pensar.
Abaixo, mais 5 motivos de por que sou fã do Velho Safado, o grande Bukowski, na minha opinião, o maior nome do Pós-modernismo norte-americano e um dos maiores de toda a contemporaneidade. Com Bukowski, não havia meias palavras. Ele dizia o que queira, e sabia o que dizer. Todos os trechos foram retirados do livro "Pedaços de um Caderno Manchado de Vinho".
1 - Se os ricos são nossa raça superior, quero abandoná-la agora mesmo. Já vi as caveiras dos mortos, cabeças de porcas devorando maçãs podres que são menos feias.(...)
Teria de caminhar pelas ruas de homens mortos que se moviam e falavam e tinham nomes e orgulho e posses mas que na verdade já estavam mortos.
2 - Nossos líderes de Estado foram necessariamente vis, homens estreitos e estúpidos... porque para liderar a massa de mortos, os nossos chamados líderes tiveram que usar palavras mortas e pregar de um jeito morto.
3 - É preciso dinheiro para combater os truques da injustiça e o estado mental dos nossos juízes e membros do júri. Você pode dizer a um advogado o que está pensando, mas ele deve renivelar o seu pensamento de modo a adequá-lo aos procedimentos das leis mortas, escritas pelos mortos e protegidas por homens mortos.
4 - Está cada vez mais claro que o primeiro impulso da Medicina é ganhar dinheiro. O segundo? Torturar o paciente, matá-lo, sempre que possível. Se um paciente morre, há outra cama vazia e mais uma oportunidade de lucrar.
5 - O efeito imbecilizante de se trabalhar de 40 a 48 horas por semana em algo que não se gosta. Quando um homem trabalha no mesmo emprego durante muitos anos, não é dono do seu tempo. Mesmo com uma jornada de 8h, o dia está tomado. Some o tempo que leva para ir e voltar do trabalho, mais o trabalho em si, mais comer, dormir, tomar banho, comprar roupas, carro, pneu, bateria, pagar os impostos, copular, receber visitas, ficar doente, sofrer acidentes, ter insônia, ter que se preocupar com a roupa suja e com assaltos e com as condições climáticas e com todo o resto que não dá para mencionar, não sobra TEMPO ALGUM para se gastar consigo mesmo.(...)
Alguém disse: “o homem comum vive uma vida de silencioso desespero”... Mas o trabalho também “acalma” os homens, dá a eles alguma coisa para “fazer”. Impede a maioria deles de pensar. Homem e mulheres não gostam de pensar. Para eles o trabalho é uma dádiva. Dizem a eles o que fazer, como fazer e quando fazer. São mortos-vivos.
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