13 fevereiro 2014

Silêncio

em breve
nem o longe
ao longe
no horizonte
em breve
o sempre
que será ontem
silêncio
esgotado
ao esgoto
de uma fonte

em breve
nem o leve
só o calo
das cordas
de um canto de ave
calado
num eterno vago
e nem neve
pássaro passado
desmanche
de rio
manchado
e um sorriso lasso
crasso
desmoronado
por entre olhos
de cuja luz
em breve
nem traço

e da árvore
que te arde
despencada
pancadas
de baques
entre abismo
folha por folha
abalada
entre os riscos
e os risos
de um cismo
em breve
nem cisco

em breve
nem nada
e que te leve
o desfeito

e a cova no peito
feita a pá e a enxada

10 fevereiro 2014

Paz Profunda

pois há uma Paz profunda
nos olhares das feras
há verdades silêncios
que se ocultam por eras
saber desde o que é vida
até mortes de estrelas
o olho fogo do tigre
em segredo nos vela
o olho gelo do lobo
só ao ser se revela...

pois há um Sangue profundo
nos olhares das feras
há tormentas noturnas
que parecem com trevas
alto abutre nas árvores
de sentinelas eternas
serpentes que veem almas
de quem passa por elas
é que há um Fim profundo
nos olhares das feras...

09 fevereiro 2014

Qual a Solução?

essas pessoas dizem:
não critique, aponte soluções
não seja pessimista, encontre soluções
não veja só defeitos, procure soluções...

mas o que essas pessoas
não sabem
é que “os que criticam”
os “pessimistas”
os que “só veem defeitos”
sabem as soluções:

a solução
está nessas pessoas mesmas
que pedem soluções
mas como essas pessoas
nunca se veem como solução
(porque já se acham
perfeitas solucionadas)
nunca haverá uma solução
porque essas pessoas são merda
e como não se reconhecem
como sendo merda
a merda continua
e não há solução

uma senhora certa vez
me disse:
“então aponte soluções”!
eu deveria lhe ter respondido:

“claro,
a solução
é a senhora mergulhar
a sua cara estúpida
dos cabelos até os tetos
numa solução de cianureto”

07 fevereiro 2014

Rinoceronte-Negro entra para a lista de animais EXTINTOS nos últimos 250 anos. E um poema de extintos.

O Rinoceronte-Negro-Ocidental, ou africano, foi oficialmente declarado extinto. Nenhum exemplar é visto desde 2006. Em 2000, havia 20 rinocerontes-negros vivendo na África. Há ainda o Rinoceronte-Negro-Oriental, ou asiático, ou Rinoceronte-de-Java, que viva na ilha de Java, na Indonésia, cujo risco de extinção é extremamente crítico, pois a população é estimada em apenas 50 animais. Anos atrás,  a outra espécie de rinoceronte asiático, o Rinoceronte-de-Sumatra, já havia sido extinta. Sobre a extinção do rinoceronte-negro, saiba mais aqui

E, por fim, há a espécie mais conhecida e mais comum, o Rinoceronte-Branco, para o qual os esforços de conservação têm dado alguns resultados, e sua população têm se mantido estável.  Porém a caça ilegal pelos chifres do animal, culpada pela extinção do Rinoceronte-Negro, continua dizimando a espécie.  Enfim, ao fim de tudo, a GANÂNCIA é o que vem aniquilando com a vida na Terra. A ganância nossa de cada dia. Que está ao nosso lado e dentro de nós, e nem nos damos conta. Ou se damos, não nos importamos nenhum pouco. Um dia faremos aquilo que um ganancioso tem horror de fazer: pagar o preço. Aliás, já começamos  a pagar...

A lista dos animais já EXTINTOS nos últimos 250 anos é bem maior do que muita gente pensa. Há pessoas que acreditam que o número de espécies recentemente extintas não passa de uma dúzia. A verdade é que só de mamíferos, o número chega a mais de 100 espécies e cerca de 30 subespécies extintas. De aves, o número é ainda maior: mais de 140 espécies e cerca de 70 subespécies já não existem mais em nosso planeta. Isso sem contar aquelas espécies que podem ter sido extintas sem nem terem sido catalogadas pela ciência. 

Segundo estudos recentes, 25%, ou 1/4 das espécies de mamíferos atuais do planeta corre sério risco de extinção. É muita coisa. E o pior é que os números estão aumentando. E rapidamente. A extinção em massa das espécies já se iniciou. 

Utilizando-me do nome de alguns dos animais já extintos, escrevi o poema abaixo:

Versos Inexistentes

Dodô
Emu-Negro
Foca-Monge
Asno-Sírio...

Leão-do-Atlas
Leão-do-Cabo
Zebra-Quagga
Ave-Elefante
Arau-Gigante
Íbis-Terrestre
Tigre-de-Bali
Tigre-do-Cáspio
Tigre-de-Java
Lobo-de-Honshu
Vaca-Marinha
Sapo-Dourado
Cervo-Schomburki

Gazela-Vermelha
Dugongo-de-Steller
Antílope-Azul
Raposa-das-Falklands...

Pombo-Passageiro
Lobo-da-Tasmânia...
Cabra-dos-Pirineus
Pato-do-Labrador
Jiboia-da-Ilha-Round
Rinoceronte-Negro...

Tartaruga-da-Ilha-Pinta
Lagarto-da-Ilha-de-Ratas
Wallaby-Rabo-de-Prego...

Pato-de-Cabeça-Rosa
Periquito-do-Paraíso
Bandicoot-do-Deserto
Rinoceronte-de-Sumatra
Arara-Vermelha-de-Cuba...

deixei 34 versos
inexistentes
e mais uns outros
de adeus:
quem sabe
amigos extintos
um dia o meu destino
beberá vinho tinto
na presença
dos teus...

05 fevereiro 2014

Informe

o homem
(que já não tem reforma)
para hipocrisiar sua miséria
e na tentativa desinformada
de impedir que as forças se formem
formou toda forma
de (de)formações:

desde edifícios-ratoeiras
para (sobre)viverem amontoados
até máquinas práticas
(patético.)
para se acomodarem no nada
de suas disformes fôrmas vazias

e pensa entender
aquilo que se forma
com suas fórmulas cálculos cossenos...

mas não se pode
impedir que a Tormenta se forme
e se pode
cada vez menos


03 fevereiro 2014

da Destruição

o que será
será quando o é deixar de ser
e ponto.
fazer-se tabula rasa
e brasa
da lavoura que deu em nada
e plantar do nada
a próxima lavra

já dizia Picasso
que criar é destruir no antes
limpar o terreno
para plantar-se um outro outro
que será pleno
quando houver
e quando ouvir
o que for som de adiantes

tempestade que varre o que é tarde
teu cheiro que som sem alarde
joga ao não o que já (outra) era

tempestade que é o vir do que espera...

a destruição é a mão do que há-de
e há de surgir uma outra
outrora de (human)idade

01 fevereiro 2014

Eu Carneei um Porco

eu carneei um porco
de passo a passo
de pouco a pouco
antes
tive que derrubá-lo no chiqueiro
e estirado de corpo inteiro
se imundiciava na própria
merda
e se afogava na própria
baba
e se atolava no próprio
barro
carneei um porco
como quem cospe um catarro

depois de atado com a própria
corda
(que porcos se matam
com a própria corda)
cravei a faca no exato ponto
do cardíaco músculo corrupto
corrompido de pulsar na imundícia

e ele gemia grunhia berrava
que nem mais se diria
que era o rei do chiqueiro
e caiu ao seu nível de porco
ou parecia mais ser um orc
de sangue negro nojo e podre

eu carneei um porco
que bicho baixo pobre e sujo
quando fedor daquele bucho
e que temor naquele olho gordo
que não se volta nunca ao céu
que nunca mira a luz do sol

eu carneei um porco
que morte vulgar e treda
quantos vermes naquelas tripas
quantas doenças naquelas pregas

enquanto seus órgãos
estavam ainda mornos
extirpei as carnes do porco
e dei de comer aos corvos


31 janeiro 2014

A Piada da Nova Era Glacial e a Irresponsabilidade Humana

Circulou na internet, e creio que ainda circula, uma suposta teoria científica formulada por cientistas russos e japoneses onde se afirma que neste ano, 2014, começaria uma nova Era Glacial em nosso planeta. Gostaria de saber em quais fatos tais cientistas se apoiam, ou se confirmando minhas suspeitas com relação à ciência atual, nossos cientistas vivem no "mundo da lua" (ou seria no de Marte?) distantes da realidade de nossa civilização.

Utilizam tais senhores, como uma das "provas" de sua teoria,  o inverno extremamente frio vivido pelos EUA este ano, um dos mais intensos do século. É verdade, o frio é recorde. Porém, esses cientistas esquecem que o inverno norte-americano, apesar de absurdamente frio, demorou a chegar, iniciou mais tarde que o de costume, e que o Alaska, estado americano famoso pelos invernos polares, estava com sua temperatura bem ACIMA da sua média histórica.

Gostaria de saber o que dizem esses "homens de ciência" a respeito do VERÃO RECORDE vivido pelo Cone Sul neste período 2013/2014. A Argentina e o Uruguai suportam o verão mais quente do século, e a situação não é diferente aqui no RS (e nem precisa que eu diga). O próprio jornal Correio do Povo noticiou que as temperaturas máximas e mínimas em Porto Alegre em meados de janeiro deste ano bateram o recorde histórico e tornaram-se as temperaturas mais altas registradas na capital gaúcha desde que se iniciaram as medições oficiais. O verão de 2012/2013 no Brasil também havia sido recorde, como demonstra a imagem acima. 

E, para não ficar somente na América, também a África e a Oceania sofrem este ano com verões tórridos. Na África, a desertificação não cessa de aumentar pelo calor crescente e pelo mau uso da terra. A Austrália também tem registrado recordes de temperaturas máximas, com incêndios florestais frequentes. Da mesma forma, lembro que o verão europeu e norte-americano do ano de 2013 foi extremamente quente, com um sem-número de incêndios florestais, pessoas morrendo de calor e recordes de temperatura máxima em países tradicionalmente frios, como a Inglaterra. 

Um outro FATO que tais cientistas parecem ignorar, é que Ranga Myneni, do Departamento da Terra e do Meio Ambiente da Universidade de Boston, em um comunicado de imprensa da NASA, afirmou:

 “As latitudes maiores do Norte estão ficando mais quentes, o gelo do mar Ártico e a duração da cobertura de neve estão diminuindo, a estação de crescimento está ficando mais longa e as plantas estão crescendo mais, No Ártico e nas zonas boreais do Norte, as características das estações do ano estão mudando, causando grandes perturbações para plantas e ecossistemas associados. (...) Isso põe em movimento um ciclo de reforço positivo entre o aquecimento e a perda de gelo do mar e da cobertura de neve, que chamamos de efeito estufa ampliado. O efeito estufa poderia ser ainda maior no futuro, enquanto os solos no Norte descongelam, liberando quantidades potencialmente significativas de dióxido de carbono e metano.”  

Já escrevi sobre isso aqui. Poderia citar muitos outros exemplos do tipo, mas deixo para que o leitor pesquise por si próprio.

Então, o que sempre soube, é que a ciência se deve basear em fatos. Os fatos, no meu entender, demonstram que o calor não só continua intenso em nosso planeta, mas vem crescendo gradualmente. De modo que questiono: de um onde eles tiram uma Nova Era Glacial? Farsa? Sensacionalismo? Equívoco mesmo? Ou é simplesmente aquela necessidade que possui o ser humano, todos nós, que é a de FUGIR ÀS NOSSAS RESPONSABILIDADES? Sim, porque creio que é fácil, bastante cômodo para nós, seres poluidores e destrutivos, afirmar que o planeta não está aquecendo e que as alterações climáticas inegáveis não são de responsabilidade humana. Assim como cada um de nós prefere não admitir culpa alguma, também a humanidade, que é a extensão do indivíduo, prefere não assumir as suas. E então podemos continuar consumindo e poluindo com bem menos culpa. Até quando?

Bem, eu não direi que é impossível que essa nova era de gelo não venha a ocorrer. Pode ser que sim. E eu ficaria muito feliz se assim fosse, afinal, amo o frio. Mas não é o que demonstram os fatos. Pode ser que o Aquecimento Global regrida, ou cesse, ou a situação simplesmente se inverta e principie realmente uma era de frio intenso. Pode ser. Mas infelizmente, eu não acredito. 

29 janeiro 2014

Não Sirvo*

vós me perguntastes
em algum (de nenhum) tom
entre o fútil e o nada
(como se perguntar
o que verdade
a deixasse declarada)
o para quê?
serviria um poeta

respondi
(como se nem estivesse aqui)
que poeta
(se poeta)
não serve pra nada
e não serve a ninguém

poeta
(entre espinhos
com a espinha sempre em riste)
é o que ainda resiste
em ser-se

a função do poeta
é não ter função na vida
mas ser o ser em si
num mundo
onde todos são como todos
e um alguém é o mesmo ninguém

sou-me
(ainda
que em um além)...

ser-me.
jamais ser-vos

*Poema reelaborado e republicado

28 janeiro 2014

O Incômodo da Liberdade de Expressão


Creio que o breve comentário abaixo publicado relaciona-se perfeitamente com que estamos vivendo em nossa cidade. Tentativas mascaradas de coibir a liberdade de expressão, para evitar que certas coisas que estão ocultas, ou semi-ocultas, permaneçam assim.

O blogueiro e jornalista Jorge Loeffler, que edita um dos blogs mais bem conceituados do estado, http://praiadexangrila.com.br/, comentou o que está abaixo em um texto de minha autoria que ele mesmo publicou por iniciativa própria em seu blog:

"Digo eu – já respondi a alguns processos em decorrência do blog. Até o ex-perfeitinho me processou. Também o Sargento quando era o chefe do TCE. Um dia ao tomar uma lata de refrigerante em um boteco dele em Praça Pública, pois aqui tudo pode, paguei e pedi nota fiscal. Tinha a máquina fotográfica. Instantes depois de haver pedido a nota fiscal, surgiu o sargento e seus dois capangas tentando me constranger. Disse a ele algo que o fez correr imediatamente ao Foro e retirar o processo. Tem muita gente que gosta muito de processar jornalistas independentes que EDITAM BLOGS E NÃO VENDEM ESPAÇO, SENDO ASSIM LIVRES PARA EXPRESSAR O QUE PENSAM. 
A BLOGOSFERA TIRA O SONO DE MUITOS. AZAR O DELES."

Jorge Loeffler

Já eu, digo o seguinte. É até bom que coloquem processinhos clichês do batido "pra calar a boca". Porque através deles muitas coisas contra quem processou podem ser reveladas, e até provadas, coisas essas que, sem os processos, talvez nem fossem mexidas. Comumente, o feitiço volta-se contra o feiticeiro.

26 janeiro 2014

O Fatal do que é Limite

desde aquele auge do sol
que é só o momento de o ser
e tudo o mais é passo à noite...

desde aquele auge instante
é descida que abisma no adiante
ao movimento lento
que te não sustento
desde a queda treva
do fechar cadente
do silente da pálpebra
desde o que é céu
ao que é trágica

desde aquele alento forte
alento denso vasto
em esperança de vastado
( aquele alento forte)
aquele alento último
que precede a morte

desde aquele alento-ápice
o fatal do que é limite
a quietude antes da tormenta
o antes do que se decide

o passar ao outro lado
do ponto que é o mais alto
o abaixo do que foi montanha
o balão cujo limite estoura
o reverso do que reluz e doura

a finitude exalando sinais
o não se poder mais nada
e o não se fazer mais
o destino do que sobe
e um dia não se sustenta
o preço batendo na porta
a gordura entupindo a aorta
aquilo tudo
de que não se pode ir além
o deixar de ser
e o inverso que vem...

24 janeiro 2014

"Sinto o ar de outros planetas" no Quarteto n°2 de Schoenberg

Música e Literatura sempre andaram de mãos dadas. Desde os tradicionais lieder e óperas até as peças incidentais, balés, poemas sinfônicos etc.  Uma das mais inusitadas união entre música e literatura foi a inclusão de um poema cantado por uma soprano no Quarteto para Cordas n°2, Op.10, de Arnold Schoenberg (1874-1951), escrito em 1908.

Até então, um quarteto para cordas, assim como a sinfonia antes da 9ª Sinfonia de Beethoven, era exclusivamente instrumental, sem interferências vocais. Schoenberg  quebrou o paradigma incluindo uma soprano que canta o poema Êxtase do poeta alemão Stefan George (1868-1933) nos dois últimos movimentos da obra. O texto do poema, de características simbolistas e expressionistas, de versos sem métrica, é perfeitamente adequado à obra de Schoenberg, que é uma peça de transição do tonalismo para o atonalismo, o próprio quarteto vai se tornando cada vez mais atonal conforme se aproxima do fim (música atonal é aquela em que não há um tom, uma tonalidade predominante, quebrando, assim, a estrutura clássica em que se insere a música ocidental). Schoenberg foi um dos pioneiros da atonalidade.

O início do poema de Stefan George, "Sinto o ar de outros planetas", nos dá uma ideia bastante sugestiva daquela sensação de estranheza e obscuridade que a música atonal de Schoenberg nos passa, onde a quebra do centro tonal relaciona-se com a ausência ou diferenças de gravidade de um outro planeta ou de outras regiões do espaço, e ainda a ausência de referenciais terrestres do eu-lírico pode também relacionar-se à ausência de tonalidade, principalmente nos últimos movimentos, como sugere o poema em alguns trechos, tais como: "eu me desprendo em sons...", "sinto como se nadasse acima da última nuvem..." "E árvores e trilhas que amo me faltam/ De modo que mal as reconheço..." Música e Literatura envoltas em mistérios cósmicos. 

Abaixo, o poema de Stefan George:

Êxtase

Sinto o ar de outros planetas.

Os rostos, gentilmente voltados para mim, desvanecem pálidos na escuridão.

E árvores e trilhas que amo me faltam

De modo que mal as reconheço; e tu, brilhante e

Amada sombra – chamado de meus tormentos –

Agora estás apagada, extinta em ardor profundo

Para, depois da vertigem de um frenesi belicoso,

Animar-me com um piedoso arrepio.

Eu me desprendo em sons, circundando e tecendo infundados agradecimentos
[e impronunciáveis elogios.

Entrego-me ao Destino sem temores.

Quando me sobrevém uma impetuosa dor,

Na embriaguez da solenidade, onde imploram
[aos gritos

As rezadeiras, jogadas à poeira:

Então eu vejo como nuvens perfumadas de neblina
[se elevam

Em uma amplidão clara e ensolarada,

Que cerca apenas os cumes mais distantes das
[montanhas.

O solo treme branco e macio como coalhada...

Eu escalo penhascos pavorosos e

Sinto como se nadasse acima da última nuvem,

Em um mar de brilho cristalino –

Eu sou apenas uma fagulha do fogo sagrado.

Eu sou apenas um murmúrio da voz sagrada.

Stefan George

(Na imagem, Schoenberg pensando em como fazer mais música estranha.)