quero deixar uma poesia digna
que não se envergonhe diante
dos olhares dos Leões
que não se envergonhe diante
dos olhares dos Leões
uma palavra digna
que se comova diante da dor dos seres
que se chore junto com a chuva
que águe junto com os rios
que se pássare quando nasça o sol
que lue quando caia a noite
uma poesia que nunca ganhe nada
solitária e alta como a tormenta
que nada ambiciona
a não ser ser digna de tudo que sofre
de tudo que música
de tudo que morre
um algo diante dos olhos de Vênus
que esteja contigo naquele dia de Fim
e só se curve diante da Morte.
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