sou
dos que estão do lado
dos que perderam o seu lado
dos que não valem nada
dos fracassados:
estou do lado dos que olham
para um campo ou mata
e não veem futuras lavouras
mas campo e mata apenas
repletas de bichos inúteis
estou do lado dos imprestáveis
dos que olham para um vasto terreno
e não pensam
no que poderá
ser ali construído
mas no que de belo um dia houve
e pelo progresso destruíram
não estou do lado dos homens de bens
dos robôs engomados
marionetes
com reis de vermes na barriga
otimistas lucristas mecanicistas
não sou dos bem-sucedidos
correndo mortos
pelas avenidas
devastadas de vida
enfim
tenho sangue de índio:
não posso prestar
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