tateei na treva do vinho
o Prenúncio
e vi que havia Sangue em minha Espera
colerizavam nos meus olhos
horizontes de hemoglobinas
e lia em Goethe e em Blake
os sintomas rubros de uma fera
a culpa fulva
(eu disse fulva)
lacrimejou nos cortes do meu fígado
e vi que havia Sangue em minha Esfera
um sabiá golfejou tuberculoses
entre cantos dos cortes do meu Fígaro
sendo réquiens de Mozart pelas eras
degolei os vendavais
no auge
da menstruação
e vi que havia Sangue em minha Ópera
semeei suas trompas pela terra
com a enxada das estrofes
furiando aquele incêndio com uma vela
pesadelei que sapos e cavalos
urinavam líquidos escarlates
e vi que havia Sangue em minha Véspera
pelas águas amarelas
ceifei das tulipas a mais bela
entre pulsos pulsares e vinagres
entre tragos sentidos e planetas
entre cosmos à espera
e abutres foiceando pelos ares
eu vi que havia Sangue em minha Estrela
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