cavar todos os dias
com pás
sem paz sem descanso
a cada instante
como se fosse adiante
cavar com o pé
o que não é
sendo diamante
a toda hora
como se fosse embora
cavar o pó
até o tesouro
de se estar só
cavar crise e cova
até cratera
até o outro lado
e à outra era
pisar na merda
que se faz ouro
rubis esmeraldas
e outras coisas
que além de almas
não valem nadas
e dar de comer aos porcos
que trocam
tudo que é alto
por feijão no prato
e ter que partir
sem ter o nome na lista
e enfim um vulto
que no longe some
a morrer de fome:
eis a missa do artista
Nenhum comentário:
Postar um comentário