Já declarei por aqui algumas vezes que o pintor holandês Hieronymus Bosch (1450 - 1516), ou Jeroen Van Aeken, é meu pintor favorito. Não só pelo espetacular de suas criações, pela imaginação quase inconcebível, ou pelo caráter fantástico e aterrorizante de seus quadros, mas também, e ainda mais, pela sua inacreditável capacidade visionária, antecipando-se em 400 anos(!) às características do Surrealismo e do Expressionismo, movimentos típicos do século XX. Da mesma forma, Bosch parece "prever" o clima de caos, medo e horror que dominou o mundo durante as décadas das duas guerras mundiais, e por que não dizer, que acabou se alastrando por todo o século XX, chegando aos nossos dias acrescentado e/ou transformado em novas formas de horror, como a destruição da vida no planeta e o homem perdido e oprimido por entre a selvageria e o desespero da vida pós-moderna.
Óbvio que as obras de Hieronymus trazem um caráter altamente simbólico, alegórico. Compreendê-lo não é tarefa fácil. Mas podemos ter vislumbres intuitivos de compreensão de suas imagens escatológicas, se as contemplarmos além da interpretação lógico-racional. A seguir, nove detalhes selecionados por mim de várias obras de um dos maiores gênios da pintura universal (clique para ampliar):
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