I
o esquecimento
é da humanidade
o maior mal:
a quem esquece
tudo parece que está bem
ou tudo parece igual
II
agora
qualquer revolução
não tem mais sentido:
é fácil fazer-se revolto
quando
(sabendo ou não)
já se está vendido
já se está vendido
III
dizer-se que um sorriso
é sempre bem-vindo
seduz...
mas para quem vive na seca
a tempestade é que é a luz*Poema reelaborado e republicado
Um comentário:
É fato, Reiffer:
"É fácil fazer-se revolto", vê-se isto, com bastante frequência nas ruas das grandes cidades brasileiras. Figuras públicas deploráveis que em nada contribuíram para a construção de uma sociedade democrática em nosso país agora valem-se deste processo de participação para saírem às ruas exigindo isto, exigindo aquilo, como se democratas fossem. Às vezes até de revólver na cintura, os golpistas.
E ao limiar de uma nova Feira do Livro em Santiago venho, uma vez mais estranhar a tua ausência, tu que és, sem favor algum, o nosso maior poeta vivo, o nosso porta-voz, a nossa voz constante, contínua, permanente, sem tréguas, na blogosfera.
Custo a crer que divergências políticas afastem o poder público do eu merecido e já retardado reconhecimento da tua gente.
Um grande abraço.
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