I
adeus, Poesia
não vês
que o fim te bate a porta?
só os raros ainda vivos
não pensam
que tu estás morta
II
Poesia
Poesia
não serves para nada
sempre foste muito
para ser (f)útil
sábia demais
para os sermões
e alta
entre os anões
III
da tua última carta
mais ninguém
abrirá o selo.
melhor assim...
o que verdade
(agora)
antes morrer
do que dizê-lo
IV
adeus, Poesia
abandonas o mundo
para ir com a alma
que abandona os homens
e isto ficará escrito
em sangue
e espírito
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