O "caso Suárez" na Copa do Mundo não foi uma punição de uma agressão, foi o atendimento estúpido de uma demanda artificial da mídia que, por achar o caso inusitado e ver nele uma forma de "ganhar ibope" deu atenção demasiada a uma agressão sem maiores consequências para a vítima, enquanto vemos em jogos, todos os dias, agressões bem mais sérias, com potencial ofensivo e risco para o agredido muito maior. E que, muitas vezes, não resultam nem em cartões para os agressores. Muito menos em uma punição absurda de 9 jogos, privando uma seleção de seu melhor jogador em uma Copa do Mundo.
Sim, porque quais as consequências da mordida do Suárez em Chiellini? Uma dor momentânea, passageira e uma marquinha de dentes no ombro. Talvez, sangrasse um pouquinho. Só. Nada mais além disso poderia acontecer. Agora, a cotovelada de Neymar em um jogador da Croácia, por exemplo, poderia ter quebrado os dentes, até mesmo o nariz, da vítima. Poderia lhe lesionar um olho. Mas nem falta foi marcada, e ninguém viu nem se mostrou nada. Porque isso acontece todos os dias. Não foi algo "diferente", como a mordida de Suárez, que foi tomada como mais um showzinho para a hipócrita "Sociedade do Espetáculo se "impressionar" com a "violência" de Suárez.
O trecho abaixo, retiro da coluna de Hiltor Mombach, no jornal Correio do Povo:
"... o lance envolvendo Marchisio e Arévalo Rios, aos 14 minutos finais. O italiano levanta a perna, enfia o pé na canela de Arévalo e, não satisfeito, pressiona com a clara intenção de machucar o rival. Machucou, apenas, quando poderia ter quebrado a perna. Pela solada que poderia ter aleijado Arévalo, Marchisio levou o vermelho. Ficou nisto. "
Injustiças como a cometida pela FIFA, no fundo, nem são culpa da entidade. É culpa de uma sociedade que elevou a hipocrisia e a aparência a patamares absurdos, onde o diferente é punido pelo simples fato de ser diferente dos "padrões estabelecidos". A agressão de Suárez foi uma agressão? Claro. Foi violenta? Não, foi diferente, inusitada. O jogador foi punido por isso. E ponto final.
Porém, creio que agora a garra e a força uruguaias, com esse episódio, serão triplicadas para compensar a ausência de Suárez, e, de uma certa forma, vingar a injustiça. É para o Uruguai que torço. Inclusive, se jogar contra o Brasil.