eu pouco fiz que me tornasse lido
tudo que digo não pretende o mundo
um vale sujo não me importa
tê-lo
então meu selo é como um vinho
extinto
sonho já ido com estas lentas
mortes
que de tão fortes nem nos dizem
nada
como na estrada aquele bucho
aberto
que de tão perto nem nos é mais
visto:
gato-mourisco atropelado a um canto,
o humano pranto é bem mais podre e
findo
(Obs.: Claro que o gato-mourisco na imagem acima não está com o "bucho aberto" como digo no poema, mas poderia, afinal foi atropelado e morto. Os atropelamentos de animais selvagens nas estradas é algo que me preocupa e me entristece, mas as pessoas em geral não estão nem aí, pois não se preocupam nem com suas vidas e com as demais vidas humanas, quem dirá com as dos animais... O ser humano prefere "mostrar que seu carro corre e tem motor" do que respeitar a vida humana e a vida dos animais selvagens.)
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