outra manhã amanhecida
(igual a um pão amanhecido)
com o ranço e o seco
de todas as outras manhãs
no bolor amanhecidas
as mesmas pessoas ridículas
aos mesmos trabalhos risíveis
há graça em tanta desgraça
e se eu pudesse morrer de me rir
ou viver de me ir
as mesmas pessoas de nada
nadando
no mar de merda da mente
e nada que valha a pena
e nada que valha a perna
em outra manhã de lerda
certos de que são profundos
sempre os mesmos caminhos imundos
com placas de sem-sentido
o cérebro tapado com tanga
da moça com cara de bela
alma de baranga
e saliva de cadela
desta amanhã amanhecida
de que chamam vida
quem me dera morrer de rir
hora de ir dormir
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