vós me perguntastes
em algum (de nenhum) tom
entre o fútil e o vago
(como se perguntar
respondesse algo)
o para quê?
serviria um poeta
respondi
(como se nem estivesse aqui)
que poeta
(se poeta)
não serve pra nada
e não serve a ninguém
poeta
(estando sempre em riste)
é o que ainda resiste
em ser-se
a função do poeta
é ser o ser em si
num mundo
onde todos são como todos
e ninguém é ninguém
sou-me
(ainda
que em um além)...
mas jamais
ser-vos
* Tendo em vista a onda de submissão e subserviência em Santiago, republico este poema.
Um comentário:
E no final, o que é mesmo ser um poeta? Linda poesia, caríssimo poeta!
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