o trono real
sempre passa
quem é rei hoje
amanhã some
e não passa de um nome
passado pisado
pela pressa da traça:
a realidade
é o que vemos
do opaco
da fumaça
da fumaça
qual a real-idade
do que se olha?
talvez seja
a da folha
que se passa
quando voa
talvez seja
a do tigre
dente-de-sabre
que o que era
noutra era
ninguém sabe
o real está onde?
é claro como o dia
ou anoitece como a noite?
é antes pensado
ou antes sentido?
ou é aquilo
que se esconde?
talvez o real
seja o símbolo
ou a primeira camada
de um sinal
por isso
o que dizem sê-lo
não me vale um selo
de 1 real
Um comentário:
Naõ resisti (não tenho este hábito) mas colarei aqui um poema que aprendi quando estudava literatura no segundo ano: Poema Surrealista As realidades Era uma vez uma realidade com suas ovelhas de lã real a filha do rei passou por ali E as ovelhas baliam que linda que está a re a re a realidade. Na noite era uma vez uma realidade que sofria de insônia Então chegava a madrinha fada e realmente levava-a pela mão a re a re a realidade. No trono havia uma vez um velho rei que se aborrecia e pela noite perdia o seu manto e por rainha puseram-lhe ao lado a re a re a realidade. CAUDA: dade dade a reali dade dade a realidade A real a real idade idade dá a reali ali a re a realidade era uma vez a REALIDADE. (Louis Aragon)
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