30 janeiro 2013

Uma Fatalidade?


não há acidentes
não há acasos
não há fatalidades
tudo o que existe
e tudo o que ocorre
existe ou ocorre
porque se caminhou no sentido
de que existisse ou ocorresse

o que há
são causas
razões
ou motivos
que percebemos
ou não percebemos
até nas coisas menores e menos

mas e o mais e maior dos maiores:
a vida?
a vida surgiu como acidente?
a vida é um mero acaso?
a vida é uma fatalidade?

Então os meus versos têm sentido e o universo não há-de ter sentido?
Em que geometria é que a parte excede o todo?
Em que biologia é que o volume dos órgãos
Tem mais vida que o corpo?”

Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa)

Um comentário:

Ana Bailune disse...

Pois é... todo mundo acha que a resposta está na morte, que ela trará a Grande Revelação e as respostas às típicas perguntas: 'quem somos? De onde viemos? para onde vamos'? Já pensou se não for assim? Já pensou se a gente chega lá do outro lado, e não tem ninguém para nos mostrar o caminho, a penas uma continuação dos nossos questionamentos, e as religiões continuem a existir por lá, cheias de 'respostas prontas' para tudo?
Porque se não tiver nada do outro lado, acabam os questionamentos. Mas... e se tiver?