cavar
dia após dia
com uma pá de corte
(com um lado sujo de amor
e outro de morte)...
cavar o todo instante
como se fosse adiante
empurrar com o pé
o que não é
até tocar
em diamante
cavar o só
pelo vasto
do que é mais nada
além de pó
cavar cova imensa
cratera
ao outro lado
à outra era
arrancar petróleo e ouro
em cansaço
de fôlego de touro
e enfim
jogar tudo aos porcos
pelos chiqueiros
de lodos tortos
e partir riscando
o seu nome da lista
e como um vulto
em luto
que pelo longe some
sublime!
morrer de fome
refletindo horizontes
nas pupilas da vista...
(eis a missão
- mas não em vão -
do artista)
2 comentários:
Vim... ao buraco que o artista cavou ;)
Mandou bem com o poema
especialmente aqui
"morrer de fome
refletindo horizontes
nas pupilas da vista..."
e isso aí!
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