o dia de ontem
era insuportável
péssimo
horrível
o clima de ontem
era insuportável
o tempo péssimo
o calor horrível
e o era tanto
que não havia
quem se sentisse bem
e tanto o era
que como estava
nem se podia
se ir além
então à noite
veio uma tormenta
que mudou tudo
derrubando céu
e arrancando toco:
era o medo, o caos, o soco
mas depois
como foi melhor
o dia seguinte
(ainda
que em meio à ruína)
o fim
(o Fim)
é isso
simples
assim
5 comentários:
Olá!!!
tem dias assim, muito quente!!!
beijos!!
Al, pensei em você ainda ontem, antes da tormenta chegar. Pensei na tormenta marcando a entrada do 12/12/12. Como você descreveria o "fim do mundo" anunciado e desmentido por uns e outros? Tenho um poema dos idos de 80, que guardo com apreço nalgum dos meus baús de saudades, que principia assim: "e seremos/ ah, sim, seremos/ entre sombras e espantos/ os restantes..." Não lembro a continuação exata, mas ele coloca os poetas como os únicos sobreviventes de um fim de mundo. O poema não descreve como se daria esse fim, apenas a imagem do caos, após o fim. Então estou eu, aqui a te propor este desafio: poetizar o tão falado fim do mundo... como se daria?
Tá, eu fico tirando a maior onda desse negócio do mundo acabar, mas confesso, vi o filminho do seu poema e não curti não... Deu medinho, mas só um pouquinho.
E sempre o verbo. E sempre forte. E sempre sangrando a palavra. Você é incrível.
Abraços.
O dia ruim
a tormenta do devir
o verso teleológico
apocalíptico
enfim
o fim
fim do poema
mas que no verso
traz um novo tempo
apesar das ruínas
a história não terminou.
Luiz Alfredo - poeta
Calor horroroso, mesmo... ontem, sofri.
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