O filósofo e escritor alemão Max Stirner (1806-1856) escreveu a frase que está na imagem acima. Assino embaixo. Alguns, é possível, não concordarão. Talvez, seja porque já estão limitados, domesticados, subordinados, subjugados.
Boa noite, Reiffer. Concordo integralmente com o filósofo alemão (mais um? Que sociedade fonte inesgotável de cultura, não). Eu gostaria de trocar algumas impressões consigo à respeito, se me permitires. Embora eu seja apartidário, não sou apolítico, claro. Um governo, assim como um partido político, para governar tem de fazer alianças, concessões, negociações, ceder parcelas da conquista etc. É assim em toda a parte. Faz parte do processo. Não tem nada de errado nisto, pelo contrário, é desejável. O que não podemos admitir são as negociações às escuras. O toma-lá-dá-cá menor, com vantagens pessoais ao invés do processo maior de governabilidade, um apoio por mesmos ideais. Ora, se um determinado partido ajuda a conquistar o poder ele é corresponsável, não? Na alegria e na tristeza, diz-se. Tem de compartilhar o poder. O que acontece atualmente em nosso país, penso eu, é o fato de quase inexistirem partidos ideológicos claramente identificáveis. Todos são de esquerda, de centro e de direita. Tudo ao mesmo tempo, conforme seu interesse momentâneo. Quase todos são ateístas e teístas ao mesmo tempo, dependendo do interesse do interlocutor, a ponto do Kassab ter dito que o seu partido não era nem de esquerda, nem de centro e muito menos de direita. É o que, então? Um nada? E esta miscelânea e pluralidade de ideias acontece em boa parte pelo sistema adotado por nós. Não somos um regime presidencialista puro. Tampouco somos parlamentaristas. Somos uma mistura híbrida, um pouco dos dois sistemas. A Constituição preparou toda a base para a implementação do parlamentarismo. Entretanto, no plebiscito o que acabou ganhando foi o sistema presidencialista. Deste então convivemos com esta distorção política. É necessária uma ampla reforma política. Enfim, o debate proposto por Stirner não é sob este foco, bem sei. É a questão do respeito à individualidade do ser humano. Mas pergunto: será que a individualidade supera um projeto de maior alcance de abrangência coletiva, partidária, de amplitude nacional? Ou por outra, será que um projeto individualista supera um projeto coletivo amadurecido pela militância política e estabelecido nos princípios diferenciadores do partido político? Penso que não. E não precisamos ir à Alemanha hitlerista para descobrirmos. Já tivemos um exemplo por aqui, há não muito tempo: o projeto personalístico do Collor, que salvo engano, não deu certo. Nem para ele, nem para seus poucos apoiadores, que o criaram, endeusaram e demonizaram, nem para o povão que sucumbiu ao canto das sereias, muito menos para a sociedade ou para o país. Perdoe-me pela prolixia. Um abraço.
Um projeto de poder, de um partido, não é algo individualista? Concordo, Reiffer, que a maioria já está domesticada. E serve bem ao projeto do governo, repetindo os mantras inculcados pela repetição ad nauseum.
2 comentários:
Boa noite, Reiffer.
Concordo integralmente com o filósofo alemão (mais um? Que sociedade fonte inesgotável de cultura, não). Eu gostaria de trocar algumas impressões consigo à respeito, se me permitires.
Embora eu seja apartidário, não sou apolítico, claro.
Um governo, assim como um partido político, para governar tem de fazer alianças, concessões, negociações, ceder parcelas da conquista etc. É assim em toda a parte. Faz parte do processo. Não tem nada de errado nisto, pelo contrário, é desejável.
O que não podemos admitir são as negociações às escuras. O toma-lá-dá-cá menor, com vantagens pessoais ao invés do processo maior de governabilidade, um apoio por mesmos ideais. Ora, se um determinado partido ajuda a conquistar o poder ele é corresponsável, não? Na alegria e na tristeza, diz-se. Tem de compartilhar o poder.
O que acontece atualmente em nosso país, penso eu, é o fato de quase inexistirem partidos ideológicos claramente identificáveis. Todos são de esquerda, de centro e de direita. Tudo ao mesmo tempo, conforme seu interesse momentâneo. Quase todos são ateístas e teístas ao mesmo tempo, dependendo do interesse do interlocutor, a ponto do Kassab ter dito que o seu partido não era nem de esquerda, nem de centro e muito menos de direita. É o que, então? Um nada?
E esta miscelânea e pluralidade de ideias acontece em boa parte pelo sistema adotado por nós. Não somos um regime presidencialista puro. Tampouco somos parlamentaristas. Somos uma mistura híbrida, um pouco dos dois sistemas. A Constituição preparou toda a base para a implementação do parlamentarismo. Entretanto, no plebiscito o que acabou ganhando foi o sistema presidencialista. Deste então convivemos com esta distorção política. É necessária uma ampla reforma política.
Enfim, o debate proposto por Stirner não é sob este foco, bem sei. É a questão do respeito à individualidade do ser humano. Mas pergunto: será que a individualidade supera um projeto de maior alcance de abrangência coletiva, partidária, de amplitude nacional? Ou por outra, será que um projeto individualista supera um projeto coletivo amadurecido pela militância política e estabelecido nos princípios diferenciadores do partido político? Penso que não. E não precisamos ir à Alemanha hitlerista para descobrirmos. Já tivemos um exemplo por aqui, há não muito tempo: o projeto personalístico do Collor, que salvo engano, não deu certo. Nem para ele, nem para seus poucos apoiadores, que o criaram, endeusaram e demonizaram, nem para o povão que sucumbiu ao canto das sereias, muito menos para a sociedade ou para o país.
Perdoe-me pela prolixia.
Um abraço.
Um projeto de poder, de um partido, não é algo individualista? Concordo, Reiffer, que a maioria já está domesticada. E serve bem ao projeto do governo, repetindo os mantras inculcados pela repetição ad nauseum.
Postar um comentário