que seja
o meu verso
sobre o sangue
em areia derramada dura
no nu obsceno
do seio necropsiado
da terra
sangue seco
coagulado pelo pó da enxada
que deserticamente escorre...
que seja
sobre o sangue
ou água-podre
em rio derramado humano
visco de olho negro
no óleo do amargo da margem
que poluidamente escorre...
sobre o sangue
ou seiva-lágrima
em verde derramada queda
o esverdeado do plasma
da vastidão evaporada
que devastadamente escorre...
sangue
ou guará atropelado
pelo horizonte
rubro-vivo-lago
miolo derramado afora
no embora das estradas
que extintamente escorre...
que seja...
ou o que morre
Um comentário:
Perdão sobre a seguinte palavra, mas "caralho" meu, excelente poema!
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