21 julho 2012

da Nobreza da Indiferença

dizer o que se deve dizer
sem deixar que o que é dito
perturbe ao o quem disse

basta-me que eu seja
lago profundo de água fecunda
coberto com espessa
capa de gelo
e que eu me mire
no meu próprio gélido espelho

qual pedra qualquer
causará ondas quaisquer
no inabalável da minha superfície?
o que é que me importa
o ser-não-meu dos outros
ou sua alheia crendice?

porque ao-final
aquilo que eu seja aqui
o que importa àquela estrela?
e o que importa a mim
o fato de eu não sê-la?

4 comentários:

Anônimo disse...

Gosto de te ler em voz alta, não sei por que. Talvez seja as palavras que você utiliza, a sonoridade. Pode ser o formato que dá à poesia, pois parece canção. Muito bom!

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Reiffer!
Dizer tudo que sentimos é sempre bom para quem fala, nem sempre prá quem ouve, não é?!
Gostei!
bjs

Jéssica do Vale disse...

A arte do falar
e do saber ouvir.

Anônimo disse...

E o que importa o que irão pensar? Somos poetas!
Um abraço.