cai a chuva mo-nó-to-na-ma-ci-len-ta
a chuva é a verdade lenta
do que nunca
(que o mundo é uma espelunca)
me veio à tona...
minha alma é úmida
como um pântano banhado por banhados
minha alma é a pele de um sapo
berrando
para que não a resseque
a seca do que se vida
(a solidão
é a minha preferida)
na ressaca do desfortúnio e assortilégio
de um trágico
que singrou o seu mau-fado
a alma já seca
se rasteja pelo claro
e não suporta do que seja
ao ver-se nua
o seu nada
é um enfeite pendurado
pelo mundo do que se rua
estar seguro
é tocar o que dor
sem a segurança da luva
e felicidade
não é só o sempre sol
mas o som do tudo que se passa...
mas a nota constante de ameaça
da probabilidade da chuva...
3 comentários:
Dentre todas as forças naturais, a chuva sempre me encantou. Raios e trovões e vento... do vento tomei birra, a última vez que ele veio pra cá com a tempestade, brincou com os telhados e com as árvores mais velhas e de sua brincadeira. fez-se o caos. Águas passadas!
Já o seu poema, úmido de certezas e gotejando poesia, traz a mim mero leitor a sensação das monções de verão. Mas com uma característica particular: as monções que estão em nosso interior.
Amo a chuva, com todas as suas probabilidades.
beijo!
Da natureza: sou chuva,
Intensa ou não;
Calma ou não;
Passageira ou não;
De dia, noite, madrugada,
Basta que chova,
Bjka
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