em breve não haverá o longe
ao longe no horizonte
em breve o sempre será ontem
e o silêncio esgotado
de uma fonte...
em breve não haverá o leve
só o calo de um canto de um pássaro
calado num eterno vago de neve
passará o pássaro
e o desmanche de um sorriso lasso
desmoronando por entre os olhos
de cuja luz
não restará um traço
e daquela alva árvore que me olha
despencando pela vitória do abismo
cairá folha por folha
ao abalo do trago de um sismo
em breve haverá um nada
se desfazendo em furacão...
e tudo se igualará
ao meu coração.
(Na imagem, detalhe do quadro "O Triunfo da Morte" de Brueghel)
5 comentários:
LINDO, REIFFER!
A morte é sempre um triunfo. Inesperada, vem quando faz´se a hora.
Alivia-nos de dores, desesperos e pesadelos!
EXCELENTE!
Beijos, poeta!
Mirze
"calado num eterno vago de neve
passará o pássaro"
Lindo poema intenso e sofrido e sentido!
Olá Reiffer, bem interessante o seu Blog, gostei.
Estou te seguindo também.
http://apiaiportaldamataatlantica.blogspot.com/
Abraços, até mais.
"em breve haverá um nada
se desfazendo em furacão...
e tudo se igualará
ao meu coração."
Sofri enquanto lia esse poema por me reconhecer nele.
Ser e se desfazer; o ciclo tão inevitável de todas as coisas.
Reiffer querido,
Sempre me encanto com suas palavras.
Um beijo
Denise
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