31 agosto 2011

Soneto à Solidão

o tudo que perdi foi a qual onde?
em que céu planam os planos do meu céu?
e que som vingará do que foi meu
desta música que ao meu alto esconde?

mas da minha alma nunca cala a fonte
nem a voz que em silêncio prometeu...
há no que finda o erguer desse troféu
e um olhar desde o barco de Caronte...

do que morri retiro minha espada
do que não fui eu sagro o meu maldito
há uma águia que se oculta entre o meu nada

e um nada que me águia ao infinito...
há uma flor que de si mesma se escada
deste horror que do meu alto eu te escrito...

6 comentários:

Davi Machado disse...

Olá
Olha, gostei, especialmente dos tercetos. Caronte? legal a rima!

não sei se cabe, mas como disse Fagundes Varela:

"O exilado está só por toda parte!"

té mais

Matheus de Oliveira disse...

Sensacional! Sublime, eu diria. Todos os parabéns!

Unknown disse...

SUblime soneto, Reiffer!

Senti a solidão cortando o peito.

Beijos, poeta!

Mirze

Bete Nunes disse...

Caronte também é um solitário, só tem suas moedas e sua barca. Esse é um poema do exílio, quem sabe da morte.

Muito bom, Reiffer.

Um abraço.

Metáfora do Tempo disse...

Soneto que impressiona, imagens intensas e não-convencionais. Excelente! Abraço!

Anônimo disse...

Precioso poema, me encantó.

Saludos,
Diana