naquele dia de anoitecido
ele veio diante do meu adiante
e disse-me aquilo que não me ouvi:
não era eu que estava ali
mas conforme se conformava o tempo
e eu me desmoronava atento
observei que a verdade também mentia
e ele como um arcanjo (so)ria
e meu nariz principiou a sangrar
aquilo que eu não tinha
e eu bebi tua sangria santa
na atmosfera carregada de não
e daquilo que me não mais canta
pairava algo em que eu não me estava
e ele sabia como quem despreza
quanto mais minha falta sentia sede
naquele vento que sempre te leva
e ele se virava como quem não era
e prometia alto como quem me odiava
e tu me vinhas como um crime o vinho
e sua companhia era estar eu sozinho
e vi que em seu brilho lunava a faca
e então tornei-me todo lâmina
e vi que algo em meu olhar estava torto
então lhe cravei o punhal
enquanto ele se erguia
e era eu que caía morto
12 comentários:
Gracias a ti.
Mi beso.
Cada dia estás mais intenso.Fruto de que tanta imaginação pela pouca idade me deixa abismada. Estudioso deve ser e pensante, Enfim um poeta acima de qualquer suspeita e suspeitíssimo ao decantar dores, com uma fisonomia de um ser lindo e feliz. Poeta tem destas máscaras. E mente. E engolimos suas mentiras,pelos olhos, sangrando, embaçados mas curiosos na morbidez. bjbj marilene e xirua, hoje eu de bem com as duas.
belo conto-poético
É mesmo um conto, com rítmo, em forma de poesia. Adorei o final desalentador.
Inquietante.
Belo, muito belo, belíssimo!
Beijo.
Forte e belo...
Agridoce o teu poema!
Lindo!
Bjs
Nossa amei seu blog, estou te seguindo. :D Muito bom mesmo. Se assim desejar pode me acompanhar também meu blog é http://paulinhabarretojp.blogspot.com/
Abraço
Avassaladora, a (des)construção!
Bj grande!
Incrível, prendeu-me por completo!
A.Reiffer!
Sua poesia, sempre aprisionou-me.
Esta extasiou-me!
Bravíssimo!
Beijos
Mirze
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