não há nada que não
que já não tenha sido
que já não fosse dito
o que direi é a mesma coisa
daquilo que ainda não é
e os sábios deveriam saber disso
e não cairem (en)laçados
pela letra ao pé
toda árvore que agora existe
(e quando lembro dela fico triste)
é ser que não sendo si sempre foi
desde a pele da cobra ao olho do boi
é repetição representada de outro outro
que não está aqui para ser pensado
e a senti-lo há que ser maldito
ou um vale preso ao infinito
bom escrito é o que diz
aquilo que não diz
aquilo que não diz
é como o professor
escrevendo ao quadro negro
escrevendo ao quadro negro
sem ter na mão o giz
pois sabe-se que a árvore ali deixada
não é ela como sendo
a coisa imaginada
a coisa imaginada
e o melhor verso
é o que nunca trata dela
é o que nunca trata dela
mas o que apenas a pinta
(já que ela sempre foi pintada)
ao canto irreal de uma tela
4 comentários:
e a irrealidade mistura-se..
verso ,tela e vida.. o dito e não dito..
intenso sempre Reiffer..
beijo e bom findi.
Tens desenvolvido uma expressão poética cada vez mais profunda, que realmente impressiona. Abraço.
A realidade é só um conceito.
Versos difíceis , amigo. Mas, da melhor qualidade.
beijos
Que lindos versos...como siempre.
Besos
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