cavar todos os dias
com uma pá
sem descanso
cavar a cada instante
como se fosse adiante
cavar com o pé
o que não é
até achar diamante
a toda hora
como se fosse embora
cavar pelo pó
com um resto de bota
sem ter espora
cavar cova tão imensa
que seja cratera
e chegue ao outro lado
e à outra era
e arrancar petróleo e ouro
quanto mais cansado
com fôlego de touro
e rubis e esmeraldas
e trazer à luz
envolvidos em grinaldas
e enfim jogar tudo aos porcos
pelos chiqueiros tortos
e partir
sem ter o nome na lista
e como um vulto
que pelo longe some
sublimemente
morrer de fome
(eis a missão do artista)
10 comentários:
REIFFER!
A exata tragédia humana que vivenciamos.
Beijos, poeta!
Mirze
Eu tenho um poema parecido com esse, mas tematicamente diferente.
Versaste bem essa agonia diária de ser artista. Muito bom!
Tem a intensidade e a alma que só você consegue dar aos versos...
Olá Reiffer,
vim agradecer a visita e conhecer teu "Fim"..
já te sigo...
Abraço.
Para João Cabral não pôr defeito. Muito bom!
Abraço!
Quem bem sabe sou eu rsrsrsr
Penso que é a primeira vez que venho até seu espaço. O que li, aqui é interessante, gostei e vou ser seu seguidor. Seja meu também em:
www.congulolundo.blogspot.com
www.minhalmaempoemas.blogspot.com
www.queriaserselvagem.blogspot.com
Um abração e tudo de bom.
Muito bommmm..
bjs
cavar é ofício, Alessandro.
Encontrar as palavras, descobrir os códigos. Como disse alguém: pérolas aos poucos...
abraços!
nossa! bons pensamentos esses q li até agora. estou viajando aqui em seu blog. estou gostando. o drama, o melancólico... mto bom mesmo.
beijos caro poeta
Regina Castro
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