teu olhar mudo
é como um toque
de trombeta
e quando tocas
tocas
os homens de ti
e daqui
sempre impassível
vês o nunca e o impossível
além dos sonhos
dos que sonam
o toque
dos sinos
e o tique...
taque...
invisível
dos destinos
o toque
da pedra no lago
produz ondas
que não te tocam:
nada abala
teu ser intocável
mas tocaste a mim
com tua melodia escura
como quem procura
um violino
e um toque de mãos
ao final da tarde...
tocas sem fazer alarde...
e quando a tua árvore
for só um toco
tocarás o céu...
Tu
imperturbável Urubu.
11 comentários:
Há olhares que tudo tocam, mas não os alcançamos.
Adorei a referência ao pássaro.
Beijo.
Maravilha, meu querido!
Poema de beleza extraordinária!
Encantou-me...
Forte abraço da
Zélia
Ah os olhares...Deveriam dispensar comentários.Abraço.
Este, além de um ritmo tocante, tem um desfecho, isso como presumo, que deve ser, de ouro!
abraços
muito bom te ler...
AHHHHHHHHHH!
Que lindo, Reiffer!
Estou certa que tocará o céu.
Amo essa ave!
Beijos
Mirze
obrigado.
gostei bastante daqui.
estou te seguindo tambem..
Gosto do ritmo, da palavra e da surpresa, vc como sempre, demais. Queria ouvir seus poemas musicados...
Salve!
apesar do céu desabando e a Terra se decompondo, arruinada, te desejo
força e grandes momentos.
Sua saudação ao urubu é um toque
agudo; às vezes penso que no silêncio eles aguardam a nossa derrocada. Ô espécie mais sórdida esse tal Homo Sapiens...
abraços e vda longa
Um poema lindo...que supreende no final! Bjo!
Eu gostei muito dessa poesia. Já disse, ontem, no Twitter, que vc é um poeta muito gótico na escolha dos signos.
Nesses seus animais, gatos noturnos, urubus, no poema de hoje, sapos, sem falar num tempo tonitruante, afim da tempestade, eu, particularmente, vejo: aspectos, tipos da divindade, a que vc, praticamente, ora, e, nessa oração vai construindo uma espécie de totem zooantropomórfico que é muito seu, muito bem construído e muito rico de conteúdo artísitco.
Forte abraço
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