enquanto
os sinos do natal latejam
eu Rio dos Sinos
na minha propriedade
privada...
na minha propriedade
privada...
eu não passo de um peixe
esgotado...
com a minha boca-aberta
me esqueça
me deixe...
de tanto rir
fiquei sem ar
e o sino a soar
a asma do meu sarcasmo
o mundo
é mesmo um quadro deBosch...
e os homens
são superiores de fato:
enquanto eu só rio
eles merditam
ao ondular dos sinos
pra lá e pra cá:
mar de
mer da
mar de
mer da
mar de
mer da...
* Poema ao novo desastre no Rio dos Sinos, no RS, onde uma quantidade absurda de esgoto jogado em suas águas causou a morte de várias toneladas de peixes, durante a piracema. O volume de esgoto despejado no Rio dos Sinos foi tão imenso que atingiu outros rios, como o Guaíba, em Porto Alegre.
7 comentários:
Achei super importante, o seu registro diante do acontecido.
"eu não passo de um peixe
esgotado..."
Lindas e fortes palavras.
Se eu já te seguia por aqui, agora sigo também pelo twitter.
Grande abraço!
Perfeito.
Simplesmente adorei o desfecho.
Forte e imprescindível, como sempre.
Ler-te já é o meu vício.
Um bj querido amigo
meu querido
Agora eu digo: HUMANIDADE PARA ONDE NOS LEVAS?
Como sempre profundo...um poema que FALA.
Beijinhos com carinho
Sonhadora
Esses fatos que poucos sabem por não serem divulgados pela imprensa, me deixa enlouquecida.
Tens razão, Reiffer. A humanidade se auto destrói lentamente à olhos vistos.
E ninguém parece se importar.
Excelente!
Beijos
Mirze
Um poema um tanto intrigante, pelo uso e jogo com as palavras.
Parabéns!
O homem acha que destrói o seu redor, mas é a ele mesmo que se destrói.
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