agora que nada
e o nada mais resta
nada mais há
e não há
a ser dito
bem dito
o meu ser
que nada mais
ao mar que sinto
ou que minto
barco de resto
de arrasto
desisto
mau quisto
agora que alado
mau fado
nau-fada
sem deixar rastro
me afasto
aos nados
e infesto
em riste
de espada...
de resto
mais nada?
(Na imagem, o quadro "O Naufrágio", de William Turner.)
10 comentários:
O que te levou ao fim?
Me pergunto isso todas as vezes que leio uma publicação sua.
Confesso que leio mais a poesia do que os textos, pois com a idade veio a preguiça.
Confessa quem te fez o fim.
Não que não sejas brilhante, mas me intriga ver uma pessoa da tua idade ser assim.
Decifra-me ou te devoro?
Oi, Kátia. Obrigado pelos comentários. Respondendo tua pergunta, o que escrevo não é somente uma expressão pessoal, digamos que é uma expressão também daquilo que assimilo da humanidade. Os seus tempos atuais.
demais, olha só, amei o ritmo. é tudo muito forte e sonoro.
http://terza-rima.blogspot.com/
E quando se pensa que tudo acabou existe o nada cheio de coisas que deixamos de pensar, o nada não é tão vazio assim como imaginamos
O nada é quase tudo.
Adoro teus versos!!
beijos meu amigo
Obrigada pela visita, embora os textos que vc escreve não sejam o tipo que eu leio normalmente, gostei deles, o tema na verdade me assusta um pouco...rs
Mas o jeito como vc escreve tem uma certa perfeição que me prende.
Reiffer!
A "NAU" sempre volta e nos arrebata!
Belo poema!
Beijos
Mirze
lindo poema!
tem um certo balanço e cadência, adorei como você terminou ele!
Gosto dessa sombra eterna, esse desgosto que tuas poesias carregam, essa desesperança de náufrago em mar bravio... Teus olhos revelam a profundidade dos teus pensamentos e o comprometimento dos teus sentimentos.
Gosto desse teu jeito de abordar o lado obscuro do ser humano e, de certa forma, revelá-lo em tua poesia.
Saudades de vc.
Beijokas.
Parabéns! Muito bom, como todos teus poemas!
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