02 janeiro 2010

Soneto Ainda Mais ao Fim

Mas da minha alma, Deus, que faço agora,
se mais e mais sou um louco isolado,
se toda esperança é sonho acabado,
se nenhum olho pelo Cosmos chora?

Pois de ocultar-me vejo chegar a hora:
tão somente um coração massacrado
é o que trago caminhando ao meu lado,
é o que te deixo... Sim, devo ir embora.

Exauri as cordas do meu violino
na tentativa de elevar-te além,
na luta insana contra o Gran Destino.

Voto agora ao homem total desdém
e uma carta a um corvo em febre eu assino
na Noite quieta que matar-nos vem...

3 comentários:

Anônimo disse...

Que sombrio, está.

Anônimo disse...

Fortes versos! O que impressiona em teus poemas é que consegues ser sombrio e trágico sem nunca deixar de ser belo.

André Vieira

Daisy Libório disse...

Belíssimo poema! Bem como o blog inteiro!

Parabéns!

abraço,
Daisy

PS: como faço para adquirir o seu zine impresso?