não gosto de praia
da praia infestada
de vazio humano
tal praia
é a profanação do mar
o que busco
é o oculto da sanga
entre o escuro do mato
como é escuro e oculto
o destino do meu olhar
com o que restou
do sopro livre de minha alma
quero o que restou
do vento livre destes campos:
o meu peito que nada espera
busca os capões brabos
peraus de cobras
onde há mosquitos
da febre amarela
há muito as febres me consomem
que eu só sou vacinado
contra o homem
e meu coração é uma tapera
quero me sumir pelos banhados
com os mistérios
que em mim somem
liberto de tudo que vi
quero me perder
por entre sapos
louco e bem longe de ti
até que se forme
a ventania em mim...
cumprir-se-á então
o que já está cumprido
do começo ao fim
*poema republicado com 2 versos a mais
4 comentários:
não gosto de praia
da praia infestada
de vazio humano
tal praia
é a profanação do mar
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Gosto muito do princío...
A humanidade nos parece vazia...
Sentimo-nos menos vazios, muitas vezes, longe da humanindade.
Até,
Ry.
perdão...
Princípio
Adorei o poema...
penso de forma muito semelhante a essa
É verdade...
Onde há multidões muitas vezes o que sentimos é um imenso vazio.
A total indiferença entre as pessoas; a falta de calor humano.
Também não suporte lugares "infestados" de pessoas " não humanas "... ocas por dentro.
Estarmos sós com o silêncio é necessário para que nossa alma se manifeste livremente.
Parabéns!
Te seguindo...
Bjs
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