como foi
que me atirei da torre
que levei-me com o avalanche
do topo da montanha
como foi que quebrei minhas flores
que derramei minha graça
que cortei os pulsos
da minha estrela e do meu sol
como foi que pisei minha taça
que furei meu céu
que nublei meu peito
que desfolhei teu véu
como foi que troquei meu ouro
por um prato de feijão
que sangrei minha coroa
e fui sentar no chão
como foi que me desviei da luz
que me enlevava nos olhos teus
como foi
se eu ainda trago na arte
o vinho das asas
de Deus?
3 comentários:
Sem dúvida que é verdade, consegue-se ir de um extremo a outro, rasgar estando em silêncio.."..que me atirei da torre
que levei-me com o avalanche.."
E a inquietação persiste na corrente da essência
Impressionante o uso das metáforas, realmente muito forte. E os últimos dois versos podem ser entendidos de duas formas, conforme o leitor interpretar a palavra "trago". Estou certo?
André Vieira
A forma da tua poesia tem uma singularidade, uma simbologia que nem sei como descrever, é muito impactante!
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