16 julho 2017

Soneto às Palavras Não Ditas (ou Ao Após)

palavra que sinto quando me esqueço
o que é que de ti lembrar-me te faz?
deusa que eterna ao instante fugaz
nada que traga o meu não ao avesso

seja comigo ao altar do teu preço
verbo-destino que sigo-me atrás
silêncio que os muros quebra do mas
sonata que alta ao que nunca mereço

ah se eu corresse em teu rio sempre em chama
íris que fosse no som desta voz
braço sanguíneo que se ergue da lama

verso de espera que se ala no após
ah se teu quem fosse aquilo que chama:
deixa esquecer-me e lembrar-te entre nós

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