02 fevereiro 2009

Seca

minha poesia
é pesada de tristeza
e paira como chumbo pelo ar
como um peso nas minhas costas

é atmosfera
em prole de pesares
princesa pesarosa
preta pestilência
um pêsame plúmbeo
um pesadelo em pânico
uma peçonha sem paz

minha poesia
é um pecado em prece
relâmpago em pedra
prelúdio de praga
prístina sombra
perturbada
de púrpura pálida
em protesto profundo...

minha poesia
é como a nuvem negra
que ameaça carregada
e toda nuvem negra é benvinda
após a seca massacrante

Um comentário:

Micheli Pissollatto disse...

"minha poesia
é pesada de tristeza"
Lindo início! Ótimo texto.