o que mata não é a vida.
o que mata
é a burocracia para se viver
as dependências disso e daquilo
toda a papelada
o monte de números
o sem fim de senhas
as ordens os compromissos
as responsabilidades inúteis
os horários os dias marcados
o se matar pelo trabalho
por um troco mais de nada
o que nos fazem
engolir goela abaixo
para fazer parte
de uma sociedade falida
de um mundo sem sentido
de uma civilização que se acaba.
(tudo isso para sobreviver
numa humanidade acabada)
o que mata
são as falsas necessidades
é tudo aquilo
que INVENTAMOS que PRECISAMOS
para viver
mas que na verdade
só serve para a morte
e para o horror.
(e o que precisavámos
era tão simples: só um pouco
de amor...)