Recebi, em uma de minhas postagens abaixo, o seguinte comentário, do sr. Edson Munaro:
Estranhas tuas críticas ao Expresso Ilustrado. Se tu criticas e tanto desdenhas o Jornal, por que é queres aparecer lá? Está certo o Editor João LEMES em mandar te cortar, eu faria o mesmo. Mas não podes dizer que o Jornal não dá cobertura ao Evento do Poetas. Att
Sr. Edson: eu não o conheço, não sei quem é o senhor. Mas agradeço o seu comentário, o qual foi bastante oportuno. Devido a ele, farei alguns esclarecimentos. Antes de mais nada, eu não "quero tanto aparecer lá". O que ocorre é que há algum tempo o amigo Márcio Brasil teve a louvável ideia de criar o espaço "Rotação Literária" para divulgar escritores santiaguenses. Ele me convidou a enviar textos para o espaço. E eu, agradecido, aceitei, por que não aceitaria o seu convite? O Márcio sempre deu força a meu trabalho, e a ele sou muito grato. Enviei textos que ele publicou. Passaram-se vários meses, e eu não mais enviei qualquer texto para o Rotação. Até que dias atrás lembrei-me que poderia mandar mais algum para o Márcio, e o fiz, mais em consideração a ele, que me fez amigavelmente o convite. Porém, fiquei então sabendo que meus textos não poderiam mais ser publicados no Rotação Literára, mesmo sendo eu um dos mais prolíficos e divulgados escritores santiaguenses da atualidade. Fui censurado? Isso é atitude de um jornal que se diz sério e respeitável?
O sr. João Lemes tem todo o direito de não gostar de mim. Mas se ele fizesse qualquer comentário em meu blog, ele seria publicado. O comentário dele e de qualquer outra pessoa, como publiquei o seu, sr. Edson. Meu blog é democrático. O jornal Expresso não é. E é isso que eu critico. Eu não sou o único a ser cortado lá, não é mesmo? Parece-me que pessoas que não concordam com a visão do chefe do Expresso algumas vezes são "podadas". Ou isso não procede?
Felizmente, eu não preciso do Expresso Ilustrado para divulgar minhas obras. Meu blog tem centenas de acessos diários, leitores assíduos não só em Santiago, mas em todo o Brasil. E também fora do Brasil, como em Portugal, Espanha, Argentina, Uruguai, México, Chile, França e até na Romênia. Publico obras nos mais diversos sites do Brasil, participo de revistas, jornais e antologias, meus zines são distribuídos em várias cidades, tenho um livro publicado e logo sairá o segundo por uma editora, de modo que não preciso do Expresso.
Mas eu não desdenho o jornal, como o senhor afirma. Eu nunca afirmei que o desdenhava. Eu faço críticas a ele, o que é diferente. Ou será que não tenho o direito de criticá-lo? Não vivemos em uma sociedade dita democrática? Ou será que todos os santiaguenses têm que ficar com a boca calada quando não concordam com alguma coisa? Eu critico o Expresso, e critico qualquer coisa que eu julgar merecedora de críticas. E não sou só eu quem critica o mencionado jornal. Há inúmeras pessoas que o fazem, apenas não tornam público suas opiniões, por motivos que não me compete julgar.
O jornal Expresso tem seus méritos, é claro. A princípio, possui um ótimo time de colunistas, vários deles meus amigos, como o Márcio Brasil, o Ruy Gessinger, o Pasini, o Froilam. Todos escrevem muito bem. O jornal soube conquistar seu espaço e tem um grande número de leitores na região. Não tiro o seu valor. No entanto, na minha opinião também apresenta graves defeitos.
Pelo seu espaço e alcance, poderia, e deveria, apresentar matérias bem mais profundas e substanciais. Dar mais atenção à cultura e a questões mais sérias. No entanto, prefere colocar algumas frivolidades, matérias de entretenimento, dar um espaço demasiado a badalações sociais, enfim, todas essas coisinhas fúteis para satisfazer a imbecilidade e a vaidade vã do povo.
Todos sabem, por exemplo, que "Os Melhores do Ano" não passa de uma palhaçada, de um puxa-saquismo para vender, para ganhar dinheiro. Não creio ser essa a missão de um jornal. Mas se o senhor João Lemes julga que é, está no seu direito.
Além do mais, eu mesmo já encontrei vários erros de informação no Expresso Ilustrado. Isso não pode ocorrer em um jrnal respeitável. Sem falar nas omissões de algumas informações e fatos da sociedade santiaguense. Tais omissões são propositais ou por desconhecimento? Seja qual for o caso, é altamente condenável em um jornal. Por falta de espaço, certamente não é...
Por ser um importante veículo de imprensa em Santiago, o jornal Expresso deveria preocupar-se mais com sua qualidade e com a seriedade de suas atitudes para com os leitores e para com a sociedade.