Já escrevi aqui sobre Baudelaire e o Vinho, em seu louvor poético a essa bebida mais que bebida. Agora, além de deixar mais alguns trechos da obra Baudelairiana, deixo também trechos de outros autores, inclusive nacionais.
Charles Baudelaire:
"Profundos prazeres do vinho, quem não os conhece? Quem quer que tenha tido um remorso a aplacar, uma lembrança a evocar, uma dor a esquecer, um castelo na Espanha a construir, todos enfim já o evocaram, deus misterioso escondido nas fibras da videira."
"Muitas pessoas dirão que sou indulgente. 'Você inocenta a embriaguez!' Isso dirão os imbecis ou hipócritas; imbecis, isto é, homens que não conhecem nem a natureza nem a humanidade, artistas que recusam os meios da arte, operários que blasfemam contra a mecânica - hipócritas, isto é, comilões reprimidos, impostores da sobriedade, que bebem sozinho e tem algum vício oculto. Um homem que só bebe água tem um segredo a esconder de seus semelhantes."
Mário Quintana:
"Por mais raro que seja, ou mais antigo,
Só um vinho é deveras excelente:
Aquele que tu bebes calmamente
Com o teu mais velho e silencioso amigo."
Louis Pasteur:
"O vinho não deve ser considerado uma bebida alcoólica: é um produto alimentício. O vinho é a mais sã e a mais pura das bebidas."
Sérgio da Costa Franco:
"Enquanto o vinho se aperfeiçoa, melhorando tipos e qualidades, embalagens e rótulos, o velho H²O se deteriora dia a dia, contaminado por toda a espécie de imundícies.
Paulo Mendes Campos:
"O homem bebe vinho como o poeta escreve seus versos, o compositor faz uma sonata, o místico sai arrebatado pela janela do claustro..."
Cruz e Sousa:
"Que os vossos olhos sombrios
Trazem raros amavios.
Trazem raros amavios.
Que as vossas bocas, de um vinho
prelibam todo o carinho...
Oscar Bertholdo:
"A adega é um mosteiro
erguido ao lado do vinhedo,
há no vinho segredos
tão antigos quanto o amor."
E encerro com Baudelaire:
"Se a água de tua boca então
Aflora em teus dentes,
Bebo um vinho que me infunde
Amargura e calma."
Diz o vinho ao poeta: "Nossa união criará a poesia." Baudelaire
(Na imagem, o quadro "Intitulado III", de Fabian Perez)