Tu, Tempo, és Deus...
teu é o trono
que traga
no que me trago
e a que entrego
o tudo do que me atrevo
todo trovão que tange
e todo troar martelo
do triste do que é trajeto
ao torvo do que tememos
desde os tridentes do teu tigre
às trombetas
que trompam na tua treva
desde o que tormenta
ao que taça no teu trágico
até a traça
turbamente arrastada
às tampas das tuas tumbas
ave Tempo!
águia Tempo!
e o pulo preciso do teu puma
e o punho de peso do teu pulso...
desde os passos do teu compasso
à pressa do teu presságio
e à presa da tua praga
ninguém pisa o teu punhal
ou paga
e só Tu apagas
ou preparas o pesar
da tempestade
e do templo do que temporal
é que Tu, Tempo
(que o tempo passa...)
trazes entre as torres
um raio
do que Verdade
Sensacional, genial! Sem palavras! Parabéns, poeta, parabéns!
ResponderExcluirO que mais impressiona é combinação de uma belíssima forma muito bem trabalhada com a profundidade de conteúdo. Excelente! bjos
ResponderExcluirDiálogo com um amigo.
ResponderExcluirEu:
— Queria um abraço do tempo.
O amigo:
— Não se deve tentar abraçar o tempo... Passado, presente ou futuro... O tempo deve ser sentido... É como tentar guardar um resquício de raio de sol...
***
(Seus manuscritos, sua alma, circularidade e personalidade. Tens já seu ser impregnado nas palavras.)
Boníssimo, meu caro. Bravo, bravo e bravo! Parece até canção. Gosto de cantá-los sempre!
ResponderExcluirBeijos :D
Outra Obra-Prima...
ResponderExcluirReiffer, até quem, como eu, entende muito pouco de poesia há de encantar-se com a força e a sonoridade das palavras que garimpastes utilizando as consoantes "tr" e "pr".
ResponderExcluirMuito bom.
Arrasastes, como se diz por aqui.