tudo ao mesmo tempo agora
tudo o que já foi
sendo outra vez como não foi
sendo em tons mais abaixo
entrecruzando-se em escalas mais graves
mais graves
mais baixas
a humanidade agora
é todas as humanidades
e ao mesmo tempo
ao mesmo tempo
não é humanidade alguma
é todos os ideais e todas as ideias
e sendo todas não é nenhuma
vê como tudo que foi feito
tende a ser feito outra vez agora
mas não em um após o outro
mas em um sobre o outro
convergindo e convivendo
feito de forma que se desfaz
para acabar finalmente não sendo
há de tudo hoje pelo humano mundo
mas esse tudo torna-se um nada
que não leva a mundo humano algum...
a humanidade é agora todos os seus temas
que foram a sua história
todos os temas
ao mesmo tempo agora
toda a orquestra
tudo o que já foi tocado
tudo foi tocado e nada resta
como o final de uma sinfonia
o final de uma sinfonia
tragicamente
vazia...
Foda!
ResponderExcluirE pergunto: Será isto harmonia ou o começo do fim
ResponderExcluirFantástico!
ResponderExcluir"O final de uma sinfonia tragicamente vazia," Desfecho de ouro para um poema também de ouro.
Beijos
Mirze
¡Qué maravilla de poema! Y cuánta verdad encierra. ¡Brillante! Te aplaudo. Un abrazo
ResponderExcluirExcelente poema... como saber cual es el principio y cual el final cuando se esta vació....
ResponderExcluirBesos
Bela dispersão palavrótica.
ResponderExcluirConcordamos em (quase) tudo. Um dia te conto como vou à praia. E vou. Raramente, mas vou.
ResponderExcluirAgora fiquei curioso, Milton...
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