Continuo postando os sonetos de Passos da Cruz de Fernando Pessoa, conforme explicado na seguinte postagem: http://artedofim.blogspot.com/2009/12/fernando-pessoa-o-predestinado-passos.html . Na próxima semana, o 6º passo. Na imagem que acompanha o poema, o quadro "A Morte de Ofélia" de Millais.
Passos da Cruz - Soneto V
Tênue, roçando sedas pelas horas,
Teu vulto ciciante passa e esquece,
E dia a dia adias para prece
O rito cujo ritmo só decoras...
Um mar longínquo e próximo umedece
Teus lábios onde, mais que em ti, descoras...
E, alada, leve, sobre a dor que choras,
Sem querer saber de ti a tarde desce...
Erra no anteluar a voz dos tanques...
Na quinta imensa gorgolejam águas,
Na treva vaga ao meu ter dor estanques...
Meu império é das horas desiguais
E dei meu gesto lasso a algas mágoas
Que há para além de sermos outonais...
[pretendo seguir os passos e reuni-los, aqui, neste lugar onde Pessoa gostaria de ressuscitar na palavra]
ResponderExcluirum imenso abraço
Leonardo B.
Nossa ...
ResponderExcluirEstou impressionada com a sensibilidade que emana daqui, deste seu espaço.
Parabéns!
Gostei de verdade!
Imagens e palavras lindas!
Beijo
T I N I N
Grata pela leitura!
ResponderExcluirUm abraço,
doce de lira