05 julho 2013

Às Três Sonatas para Violino e Piano de Brahms

I

melodia do que me dia
e companhia
à matilha de finais
quanto mais
eu quanto contigo
canto e ergo-me
sigo-te
quantifico-me
no que me frio
deixando rastro
e foice
no dia-a-dia
que é mais um arrasto
um fogo-fátuo
do que não-fosse

II

melodia do que me tarde
tempestade-sereno
sonático beijo
em pizzicatos sinais
nota que não me acorde
rosa deixada em arpejo
esmagada por entre o ver-te
ou rosa que amarelece
a messe
por entre o meu verde

III

melodia do que noturna
sangue de cordas
de cadências de lua
friccionada em íris
piano no que te alma
enquanto tu nua
corte no opus dos olhos
látegos flagelos açoites
melodia e grito
solo e sexo
e baladas nas frontes
empunhaladas nos sonhos
melonoites

Um comentário:

  1. A poesia escrita em pentagrama
    em versos de puros acordes
    racionais
    mas as teclas
    as cordas
    são as mãos passionais
    que traçam a harmonia
    da música
    escrita em forma de poesia

    mui belo poeta

    Luiz Alfredo - poeta

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