O gênio iniciador da literatura moderna, o (em seu tempo) odiado e execrado Charles Baudelaire legou-nos uma série de delirantes e impiedosos poemas em prosa. Hoje, como uma mensagem de Natal levemente antecipada, deixo um desses poemas. Querido leitor, abaixo, aprenda como tratar o público:
O Cão e o Frasco
— Meu belo cão, meu cãozinho, meu querido totó, vem cá, vem respirar um excelente perfume comprado no melhor perfumista da cidade.
E o cão, agitando a cauda, o que é, suponho, entre esses pobres seres, o sinal correspondente ao riso e ao sorriso, aproxima-se e, curioso, põe o nariz úmido no frasco destampado; mas subitamente, recuando de susto, late contra mim, à maneira de reprimenda.
— Ah, miserável cão! se eu te houvesse oferecido um embrulho de excrementos, decerto o cheirarias com delícia e talvez o tivesses devorado. Assim, ó indigno companheiro de minha triste vida, tu te assemelhas ao público, a quem nunca se devem apresentar perfumes delicados, que o exasperam, mas imundícies cuidadosamente escolhidas.
Charles Baudelaire
Mas muito bem lembrado!
ResponderExcluir"uma mensagem de Natal levemente antecipada"
o nome disso é veneno velado haha
show de bola!
Ele estava certo.
ResponderExcluirBeijos!!!
Poderíamos oferecer um embrulho de excrementos à todos que nos sentem repulso e que nos cheiram mal...
ResponderExcluirAbraço Al,
do Felipe.
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