Este soneto de Augusto dos Anjos foi escrito em 1910, quatro anos antes da Primeira Guerra Mundial.
Guerra é esforço, é inquietude, é ânsia, é transporte...
É a dramatização sangrenta e dura
Vir Deus num simples grão de argila errante,
Da avidez com que o Espírito procura.
É a Subconsciência que se transfigura
Em volição conflagradora... É a coorte
Das raças todas, que se entrega à morte
Para a felicidade da Criatura!
É a obsessão de ver sangue, é o instinto horrendo
De subir, na ordem cósmica, descendo
À irracionalidade primitiva...
É a Natureza que, no seu arcano,
Precisa de encharcar-se em sangue humano
Para mostrar aos homens que está viva!
Augusto dos Anjos
Para quem lesse este poema em 1910, seria um absurdo imaginar que a humanidade se abismaria em duas guerras mundiais nos anos vindouros...
seria profecia? rs
ResponderExcluirmuito bem lembrado esse poeta sem igual!
Era um período em que a guerra vivia constantemente nas vidas.
ResponderExcluirAtualmente, as pessoas fingem evitar guerra.
Beijos!!
Estes versos de Augusto dos Anjos, demonstram, de certa forma, a triste e cruel, realidade das "Guerras", daquelas que já ocorreram, das que estão ocorrendo e das que, infelizmente, ainda ocorrerão.😥🙏
ResponderExcluirPouca coisa mudou!
ResponderExcluirLucy Almeida