Porque, se no orbe oval que os meus pés tocam
Eu não deixasse o meu cuspo carrasco,
Jamais exprimiria o acérrimo asco
Que os canalhas do mundo me provocam!
Eu não deixasse o meu cuspo carrasco,
Jamais exprimiria o acérrimo asco
Que os canalhas do mundo me provocam!
Augusto dos Anjos
poesia
pode ser beijo
e pode ser cuspe
ser suspiro
ou catarro
inspiração
aspirada em névoa
ou em céu claro
poesia
que não pode ser buscada
vem
como desce a água
pelo cair da escada
quando se sai em busca
da água
não encontrada
poesia
em busca
de cuspe ou beijo
e não
como quer o desejo
poesia
noite que ofusca
o todo do instante
peso nos ombros
(e)levado adiante
poesia
que ao ninguém
pertence
escada inundada
de catarro e de fada
de horizonte
e de nada
infindo-sentença
de céu
e de doença
Olá,
ResponderExcluirNão sei muito bem, mas eu sinto uma revolta impregnada em cada verso desse cuspe que eu também cuspi. A tua arte é única, sai da essencia imoral da vida, um tapa na cara dos hipócritas. Deixo um forte abraço e um "BEIJO".
Enigma.
Olá, Al Reiffer!
ResponderExcluirObrigada pela visita e o comentário em meu blog. Gostei também dos seus escritos e vou visitá-lo mais vezes.
Bela veia poetica, adorei cuspir tudo que me incomoda , causa inquietaçao , quando se le pela primeira vez ,espanto ,quando se le pela segunda...é como se tivessemos recitando clamores de uma alma cansada!gostei do impacto que simples palavras juntas deixam aos leitores!
ResponderExcluirhttp://nemsempreeperfeito.blogspot.com.br/